Assembleia debate importância do diagnóstico precoce do autismo Evento promovido no Legislativo estadual comemorou a passagem de mais um Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, em 2 de abril.

03/04/2017 13h31 | por Trajano Budola
Solenidade em "Homenagem ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo".

Solenidade em "Homenagem ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo".Créditos: Noemi Froes/Alep

Solenidade em "Homenagem ao Dia Mundial de Conscientização do Autismo".


A Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) realizou na manhã desta segunda-feira (3) uma solenidade em comemoração ao Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, conforme proposta do deputado Felipe Francischini (SD). O evento reuniu pais, amigos e familiares de autistas, especialistas e profissionais da área, que discorreram sobre a importância do diagnóstico precoce da síndrome. Participaram do evento, no Plenarinho do Legislativo, a vice-governadora Cida Borghetti e o deputado federal Fernando Francischini (SD/PR), relator na Câmara dos Deputados, em Brasília, do projeto de lei (PL 5501/2013) da senadora Ângela Portela (PT/RR) que torna obrigatório no Sistema Único de Saúde (SUS) a adoção de um protocolo de avaliação de riscos para o desenvolvimento psíquico das crianças.

De acordo Felipe Francischini, cerca de dois milhões de brasileiros têm hoje o Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Nós temos que discutir a acessibilidade, a inclusão social e acesso destas pessoas aos postos de trabalho. Elas têm competência e conseguem se inserir no mercado de trabalho, desde que tenham acompanhamento médico de qualidade e a inclusão desde cedo, seja na escola ou no berçário”, afirmou. Por este motivo, de acordo com o deputado, o diagnóstico precoce é tão importante.

Para o deputado federal Fernando Francischini, a aprovação do projeto de lei que cobra a adoção do protocolo de diagnóstico será um grande avanço para o acompanhamento dos autistas. Segundo o texto do projeto de lei, os procedimentos de análise médica deverão ser aplicados nos primeiros 18 meses de vida da criança, com a finalidade de facilitar a detecção de risco para o seu desenvolvimento psíquico.

Diagnóstico – O psicanalista Alfredo Jerusalinsky, membro da Associação Psicanalítica de Porto Alegre e doutor em Psicologia da Educação e Desenvolvimento Humano, participou da elaboração do protocolo que poderá ser aplicado ao SUS. Ele explicou que o diagnóstico precoce é fundamental para os resultados positivos do acompanhamento e tratamento do autismo. “Nos primeiros três anos de vida contamos com uma neuroplasticidade muito flexível na adaptação do cérebro a diferentes condições culturais, sociais e afetivas. Temos que aproveitar este momento inicial”, afirmou. Ainda de acordo com ele, um terço das crianças autistas alcançam níveis de recuperação totalmente compatíveis com a vida normal. “Isto não quer dizer que não tenham suas particularidades, seus restos sintomáticos”, ressalta.

Um exemplo do sucesso na detecção precoce do Transtorno do Espectro Autista é Bernardo José Martinez, de 16 anos, portador de sintomas leves na infância. Hoje recuperado, o jovem, que participou do evento na Alep, cursa o segundo ano colegial e está perfeitamente incluído no ambiente social. A mãe dele, jornalista Luciana Mendina, lançou recentemente o livro “O autismo tem cura? ”, contando a experiência que só foi possível com o diagnóstico precoce nos primeiros meses de vida. “Ele foi para colégios regulares e teve um tratamento diário muito intenso. Hoje eu posso dizer que ele está praticamente curado”, afirmou.

Participaram da solenidade ainda o vereador Pierpaolo Petruziello (PTB), representando a Câmara Municipal de Curitiba; a vereadora Katia dos Animais de Rua (SD); Flavia Francischini, mãe de autista; o pediatra Sérgio Antoniuk, coordenador do Centro de Neuropediatra do Hospital de Clínicas (CENEP); a professora Maria Helena Keinert, especialista em autismo; Rosimere Benites, presidente da Associação de Atendimento e Apoio ao Autista (AAMPARA); Nilton Salvador, escritor e pai de autista; Miredi Barbosa Krawczyk, presidente do Conselho dos Direitos das Pessoas com Deficiência de Fazenda Rio Grande; e o escritor Oswaldo Freire.

O que é – O Autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio neurológico caracterizado pela dificuldade na comunicação social e comportamentos repetitivos, afetando o desenvolvimento da comunicação, da socialização e do comportamento.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que há 70 milhões de pessoas com autismo em todo o mundo, sendo dois milhões somente no Brasil. A síndrome é mais comum em crianças: uma em cada 88 crianças apresenta sintomas, sendo a prevalência cinco vezes maior em meninos.

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo é celebrado em 2 de abril e foi decretado pela Organização das Nações Unidas (ONU), com o objetivo de conscientizar e alertar sobre a doença.

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