Os deputados do Paraná se reuniram nesta quinta-feira (22) com os vizinhos parlamentares de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e do Mato Grosso do Sul. Todos integrantes do ParlaSul, antigo Conselho Parlamentar do Sul (Copasul), formado em 1993 na cidade de Curitiba sob a orientação do então presidente da Assembléia Legislativa e atual vice-governador, Orlando Pessutti. De acordo com Pessuti, o ParlaSul tem como missão principal integrar os legislativos e fomentar o desenvolvimento da região, daí a sua importância. “Discutimos temas pertinentes à economia como, por exemplo, o corredor bio-oceânico, que evidentemente vai facilitar o escoamento tanto da produção industrial, como agrícola do Paraná na região Sul e também entre os países latino-americanos”, explica. O corredor bio-oceânico, que ligaria o Sul do Brasil ao Chile, é uma iniciativa apoiada por todas os representantes das Assembléias presentes ao evento, e traria facilidades de acesso a novos mercados. De acordo com o líder do governo, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), o encontro de hoje serviu para trocar experiências e para estabelecer novos desafios. “O corredor bio-oceânico vem para integrar cada vez mais os mercados. Nós temos a necessidade de alcançar os mercados asiáticos. Para isso, é importante termos o Chile como porto, por conta das distâncias que são muito menores a partir do Oceano Pacífico”, ressaltou Romanelli. Para o deputado Reni Pereira (PSB) existem ainda mais vantagens para o Paraná em participar do emprendimento, pois o Estado já detêm uma extensa linha férrea, que pode ser aproveitada. “Técnicamente o caminho até o Chile fica mais curto se partirmos de Santa Catarina, mas o Conselho conta com a possibilidade de aproveitar a infra-estrutura paranaense. E ressalto que nós já estamos quase lá!”, disse Reni. A afirmação atenta para o fato de que o caminho ferroviário está próximo de Paranaguá e perto do Paraguai. O diretor presidente da Ferroeste, Manuel Gomes, concorda com o parlamentar e lembrou aos participantes que o Paraná tem a única ferrovia pública do Brasil, e que poderiam ser aproveitados alguns trechos que estão sob a tutela da América Latina Logísitica (ALL) e, hoje, estão desativados. “A utilização de linhas férreas como integração nacional já está prevista no Plano PluriAnual (PPA) do Governo Federal”, disse. Esse tema já tinha sido discutido e apresentado durante audiência pública realizada pela bancada federal do Paraná no Plenarinho da Assembléia, no último dia 6 de novembro, quando a ligação ferroviária entre Paranaguá e Mato Grosso do Sul foi apresentada como uma das prioridades elencadas pelos deputados federais para o orçamento de 2008. Outra questão amplamente discutida pelo ParlaSul, foram os temas ligados à Habitação. Para dar início à discussão, o secretário de Habitação do Mato Grosso do Sul, Carlos Eduardo Xavier Marun, apresentou uma palestra com o tema “Habitação Social e questão Urbana”, onde procurou explorar as dificuldades dos cidadãos em ter acesso a casa própria. Em seguida, Romanelli aproveitou para divulgar a importância do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social, criado no Paraná, a partir da lei n° 119/2007, de sua autoria. Segundo ele, um marco da política habitacional no Paraná. “Carlos Marun fala dos desafios de uma política habitacional que possa promover a inclusão das mais de 7, 2 milhões de famílias que ganham até cinco salários mínimos e que precisam de moradias em nosso país. Mais de 90% desta população não consegue a casa própria porque investe 25% da sua renda em aluguel, gerando um grande déficit habitacional”, explica Romanelli. Para ele é muito importante a reunião dos deputados para fixar desafios e integrar a política habitacional dos quatro estados.