A história dos 100 Anos da Imigração Japonesa no Brasil, iniciada em 18 de junho de 1908 com a chegada em Santos do navio Kasato Maru, será retratada na TV Sinal, com a produção de programas especiais e um documentário contando toda a saga japonesa, tendo início no dia 17 de junho e término dia no 18 de julho.A comemoração ao centenário da imigração japonesa começa no Conexão Federal, apresentado pelo jornalista Paulo Galvez, com participação de dois políticos descendentes de japoneses: o deputado estadual, Teruo Kato (PMDB) e o deputado federal, Hidekazu Takayama (PSC). O programa vai ao ar na terça-feira (17), às 18h30min.Na quarta-feira (18) é a vez da transmissão do documentário, compilado em 55 minutos e que rendeu um trabalho de produção de mais de três meses: “Onde Você Estava no IMIM 70?”, iniciado com a vinda da família imperial ao Brasil, - mais especificamente em Rolândia, - e a inauguração do Museu da Imigração Japonesa. O filho mais velho do imperador Akihito, Naruhito, de 48 anos vem ao Brasil agora para as comemorações, passando no Paraná por Londrina e Rolândia.A cidade de Rolândia, escolhida para receber a primeira visita da família imperial e agora novamente, tornou solo sagrado depois que recebeu os representantes da estirpe japonesa. Lá se concentra grande número de japoneses, assim como nas cidades de Assaí, Uraí, Londrina, Maringá e Curitiba. Aliás, o Brasil depois do Japão é que tem maior número de representantes da raça, algo em torno de 1,5 milhões de descendentes, sendo que 312 mil estão no Japão, os denominados dekasseguis.O documentário, também retrata a história dos dekasseguis, nomeação usada para aqueles que deixam sua terra natal para trabalhar, temporariamente, em outra região. Atualmente, são responsáveis pela movimentação financeira no Brasil na ordem de US$ 6 bilhões. A saga dos japoneses, segundo os próprios personagens mostrados no documentário, foi marcada por dificuldades, em especial, a chegada numa terra nova e de uma língua desconhecida. A vinda deles culminou com a chegada do navio, mas as negociações com o governo brasileiro permitindo o ingresso dos descendentes tiveram início anos antes pelas mãos de Ryu Mizuno, considerado pai da imigração japonesa, conforme contado por seu filho, Neozaburo Mizuno. Aliás, exibe imagens captadas na década de 50 por Hikoma Udihara, pertencentes ao acervo do Museu Padre Carlos Weiss.Os jovens vinham ao Brasil com a esperança de encontrar ouro e riquezas e as terras brasileiras eram tidas por alguns dos aventureiros como a terra da fortuna. Mas, como mostra o documentário, a história dos japoneses no Brasil teve suas dificuldades, em especial, nos tempos da Segunda Guerra Mundial, na qual eles eram muitas vezes impedidos de manter sua cultura japonesa, o que os repressores não obtiveram êxito como demonstra o programa especial.Uma das personagens retratada pelo documentário, até místicas da civilização japonesa, é Aya Ono, ganhadora do prêmio Kikito (prêmio concedido no Festival de Cinema de Gramado) por sua participação no filme Gaijin de Tizuka Yamasaki, gravado na cidade de Londrina.A historiadora e escritora do livro Ayume – Caminhos Percorridos, Maria Helena Uyeda, também participa do documentário e conta todas as implicações históricas da vinda dos japoneses, sua trajetória e os dias de hoje. Ela fala ainda do tino comercial dos imigrantes japoneses que deram a origem a mercados populares, como o Shangri-la na cidade de Londrina. Porém, a historiadora deixa claro que os japoneses sempre incutiram nos filhos a importância da educação.O documentário é uma produção de Leonardo Franklin e Marcos Nakami, reportagem de Marcos Martins, cinegrafistas: Celso Guaripuma, Ezequiel Siqueira e Leila Gaspar, o editor-chefe é Edenilson de Almeida.MAIS PROGRAMAS – A comemoração do centenário não pára por ai, pois a emissora legislativa contará com uma grade de programação especial. O programa Tempero da Terra trará receitas de pratos típicos da culinária japonesa e o PR 399 contará a história do agricultor Caio Kaoguchi, morador da cidade de Assai, considerada um dos redutos dos descendentes no Brasil pela concentração de japoneses.Para tratar da ida ao Japão e do retorno dos japoneses ao Brasil, o Programa Marca Paraná irá abordar os empreendimentos japoneses, com dicas especiais para os dekasseguis investirem os recursos captados no Japão. Além disso, tratará dos cuidados que eles devem ter quando vão para lá. O programa é exibido às quintas-feiras, às 18h30min.No Ciranda Cultural a arte japonesa fará parte, com a apresentação de produções artísticas próprias da cultura, tais como o ikebama, origami, haicai, bonsai. E ainda contará com danças típicas: taiho, com uso de tambores japoneses. O programa é exibido às sextas-feiras, às 18h30min.No Dono da Rua será contada a história de um dos pioneiros da raça na cidade de Maringá, Mitsuzo Tagucho, que chegou à cidade em 1939. A rua leva seu nome não apenas por seu pioneirismo, mas porque ele abrigava em sua casa os imigrantes recém-chegados da terra do sol nascente.A série de reportagens e de programas especiais voltados à cultura japonesa começa na semana que vem e só termina no dia 18 de julho.