Em 2011, a então procuradora da República, Michelle Gomez, foi diagnosticada com câncer de mama. Mas teve acesso a todo o tratamento e aos medicamentos necessários e foi curada. Mas ao conhecer a situação das pacientes que não conseguiam se tratar por não poderem arcar com os custos da medicação, além da quimioterapia, e que buscavam a justiça para isso, ela “mudou de lado” e passou a atuar como defensora pública.
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Michele esteve ao lado de outros pacientes, de médicos e de representantes da ONG Cascavel Rosa, da Associação Beltronense Amigas da Mama e da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio á Saúde da Mama (FEMAMA), em uma audiência pública, que aconteceu na manhã desta quarta-feira (26) no Plenarinho da Assembleia Legislativa, por iniciativa do presidente da Casa, o deputado Ademar Traiano (PSDB), que viveu o drama de perder a esposa para o câncer e se sensibiliza com a luta das mulheres.
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A audiência foi sobre o diagnóstico de câncer de mama metastático, a fase mais avançada da doença. É quando ela volta a aparecer e as pacientes necessitam, além do tratamento quimioterápico, de remédios de alto custo, cujas unidades podem custar até R$ 10 mil reais: o Trastuzumabe e o Pertuzumabe. Muitas acabam buscando a justiça para obter a medicação de graça, porque ela garante resultados eficazes n tratamento contra o câncer. Porém, boa parte não consegue. A presidente da Ong Mão Amiga, Juciney Da Cas, destaca que, a cada ano mais de três mil novos casos de câncer de mama surgem só no Paraná e lembrou que pesquisas com 2.000 pacientes diagnosticadas ano passado, apontam que apenas 808 estarão vidas em dois anos se tratando somente com quimioterapia. Já a quimio associada ao bloqueio com os dois medicamentos vai possibilitar um número infinitamente maior de sobrevida.
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Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza os dois medicamentos apenas para pacientes com câncer de mama em estágio inicial, justamente em função do alto custo. Mas já está no protocolo internacional, a associação dos medicamentos e da quimioterapia para os casos de câncer metastático. Porém, no Brasil, ele é usado apenas em pacientes da rede privada. Até o dia 2 de maio, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) mantém abertas duas consultas públicas sobre a inclusão dos medicamentos no tratamento do câncer de mama itivo metastático. Depois disso, ela deve emitir um parecer com a aprovação ou não da incorporação dos medicamentos no SUS.
Na tarde desta quarta-feira, Traiano intermediou uma encontro entre os grupos que participaram da audiência com o governador Beto Richa (PSDB), que se comprometeu com a causa. Ou na tentativa de buscar soluções através do Ministério da Saúde ou até mesmo utilizando recursos do próprio Governo estadual.
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Da Assembleia Legislativa do Paraná, repórter Cláudia Ribeiro.