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Deputados debatem impactos da venda do banco HSBC

Os impactos sociais e econômicos provocados pelo processo de venda do banco britânico HSBC, que pode demitir até 22 mil funcionários no Brasil – desse total, em torno de 8 mil estão em Curitiba – foram debatidos na sessão plenária desta terça-feira (8) da Assembleia Legislativa. O presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), afirmou que há uma grande preocupação em relação ao desemprego que pode ser gerado, especialmente neste momento de extremas dificuldades econômicas para o país.

“Precisamos somar esforços para salvar os empregos e buscar uma saída para a economia de nosso estado. A medida terá um grande impacto negativo, principalmente para Curitiba, que concentra o maior número de empregos”, garantiu o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Elias Jordão, que usou a tribuna do Plenário para expor a preocupação que toma conta da categoria e pedir apoio do Legislativo. “Só em Curitiba temos 8 mil empregados. Em todo Paraná são 9.500 trabalhadores que estão sendo afetados por essa decisão. Sem contar os terceirizados”, acrescentou.  Jordão fez ainda um breve relato da história do HSBC, que mantém seu centro administrativo em Curitiba, e está no Brasil há 18 anos.

Para o vice-presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Odone Fortes Martins, que também falou em Plenário, a situação tenderá a ficar especialmente complicada caso algum banco de bandeira nacional assuma as operações do grupo financeiro inglês. “Estamos preocupados e defendemos a busca de alternativas, pois sabemos que isso afetará todo o comércio que atende aos bancários. A ACP se solidariza com esta causa e vai se mobilizar para garantir que tanto os trabalhadores do banco, como os do comércio, não sejam prejudicados”, declarou.

Alternativas – De acordo com o deputado Tadeu Veneri (PT), que propôs o pronunciamento, as mudanças anunciadas pelo HSBC são motivo de grande preocupação para todos. “A sociedade paranaense está apreensiva com essa venda, uma vez que a possibilidade de haver um processo de demissão em massa é grande”, assinalou. Conforme Veneri, o objetivo principal da mobilização que vêm sendo feita pelo Sindicato é o de garantir os empregos dos funcionários. “Nosso foco é que o trabalhador não seja prejudicado com essa mudança de comando. Mas é preciso que haja mais envolvimento, pois estamos falando de quase 8 mil empregos somente em Curitiba. É necessário que o Governo do Estado participe desta luta”, acrescentou. Além da questão das demissões, ele citou ainda o fato de que a cidade de Curitiba será afetada em sua arrecadação, já que recebe do banco cerca de R$ 80 milhões por ano de Impostos Sobre Serviços (ISS).

Na avaliação de Elias Jordão, depois do comunicado veiculado hoje não há dúvidas de que o HSBC será vendido. “Resta saber quem irá comprar. Independente disso, o Sindicato está buscando medidas para proteger o bancário”, informou. O sindicalista lembrou ainda que, desde que começaram as notícias sobre a saída do HSBC do país (em fevereiro), diversas reuniões foram feitas com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Banco Central (BC), em Brasília (DF), e também ocorreu audiência com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Paraná para discutir uma solução para essa situação. O HSBC informou no comunicado que deve fechar 50 mil postos de trabalho em todo mundo, como parte de um amplo processo de reestruturação.

 

 

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