A troca de conhecimento para aproximar a sociedade do Poder Legislativo, seja em Brasília, estados e municípios, foi um dos importantes temas tratados pelos novos integrantes do Conselho Consultivo de Comunicação Social da Câmara dos Deputados, que passa a contar com a presença da diretora de Comunicação da Assembleia Legislativa do Paraná, jornalista Kátia Chagas. Recém-empossada, ela teve a oportunidade de partilhar informações, experiências e conhecer toda a estrutura de comunicação federal ao lado dos demais membros.

“É uma grande estrutura para levar à sociedade os debates, decisões e leis que impactam diretamente a população, aproximando o Poder Legislativo das pessoas e contribuindo para o exercício pleno da cidadania. São iniciativas, tecnologias e experiências que podem ser replicadas em outras casas legislativas. Importante estreitar essa relação com a Câmara e a sociedade”, avaliou Kátia Chagas. Primeira mulher a comandar a Diretoria de Comunicação da Assembleia Legislativa do Paraná, ela está à frente da pasta desde 2015 e também integra a diretoria da Associação Brasileira de Televisões e Rádios Legislativas (Astral).

Kátia falou sobre as demandas comuns entre Assembleias a Câmaras Municipais e destacou o Programa Digitaliza Brasil. “Temos problemas e investimentos comuns e sempre trabalhamos para garantir o acesso maior do poder público aos canais de televisão. Com o Digitaliza Brasil, por exemplo, dos 399 municípios paranaenses, teremos acesso a canais em 199 municípios. Ou seja, mais de metade do estado com cobertura das atividades da Câmara, Senado e Assembleia”, afirmou.

“Um salto jamais visto em levar o sinal da tevê aberta a esses municípios. Isso acaba popularizando as tevês legislativas, divulgando o trabalho dos parlamentares, mostrando a importância das instituições, do processo legislativo e levando essa prestação de contas de forma gratuita para a população”, reforçou.

Durante a visita técnica e institucional na Câmara, foi possível conhecer vários espaços como plenário e museu, além de todos os setores de comunicação da Casa e o processo de produção jornalística da TV, Mídias Digitais, Agência de Notícias e a Rádio do legislativo federal, onde são feitos a simbólica Voz do Brasil e outros programas.

No Conselho, Kátia Chagas participará de discussões importantes. “Nas próximas reuniões vamos poder trazer as demandas da sociedade e ainda trabalhar para aproximar mais o legislativo da população. O desafio é usar essa comunicação multiplataforma para trazer a população para acompanhar melhor os trabalhos. Levar o maior número de atividade dos parlamentares até a população, ampliando a democracia e a participação popular”, afirmou

Entre os próximos temas em pauta está transição do sistema de televisão brasileiro para um novo padrão tecnológico, chamado de 3.0, cuja características será a maior integração com a internet e o funcionamento por meio de aplicativos. Com isso, todas as emissoras terão de desenvolver um aplicativo para veicular sua programação. A Câmara demanda que os aparelhos já venham de fábrica com um aplicativo para os canais da rede legislativa. A rede inclui, além da Câmara, o Senado, assembleias legislativas e câmaras municipais.

Na opinião da presidente do Conselho, deputada Any Ortiz (Cidadania-RS), os novos conselheiros vão contribuir para o processo de modernização da comunicação da Casa. “São pessoas que conhecem a comunicação, que vão nos ajudar muito nesse desafio de melhorar cada vez mais a comunicação, a interação entre a população brasileira e o Congresso Nacional", falou. "Estamos muito otimistas com essa modernização que queremos fazer e que a TV Câmara e toda a comunicação da Câmara têm que passar, as transformações que o mundo vem vivendo e que nos exigem essa atualização.”

Conselho

Criado em 2019, o Conselho Consultivo de Comunicação Social é vinculado à Presidência da Câmara Federal e composto por cinco deputados, um servidor e quatro representantes da sociedade civil. Ao lado da presidente Any Ortiz, compõe o grupo o secretário de Comunicação Social, deputado Jilmar Tatto (PT-SP), pelo secretário de Participação, Interação e Mídias Digitais, deputado Luciano Ducci (PSB-PR), pelo ouvidor-geral, deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), pelo secretário de Transparência, deputado Bruno Ganem (PODE-SP), e pelo diretor-executivo de Comunicação e Mídias Digitais, Cleber Queiroz Machado.

Além de Kátia Chagas, integram a cota da sociedade civil no Conselho Consultivo de Comunicação da Câmara o secretário de Transparência e Controladoria da Prefeitura de Porto Alegre, Gustavo Ferenci; a assessora de comunicação do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário de Sergipe, Aline Braga Farias Conceição; e o colunista do site GZH e do jornal Zero Hora e comunicador da Rádio Gaúcha e da RBS TV, Matheus Schuch de Souza.

Ao tomar posse no Conselho de Comunicação da Câmara dos Deputados, os representantes da sociedade ressaltaram a importância de estimular a participação popular no processo legislativo. Matheus Schuch ressalta que a comunicação pública, ao mesmo tempo em que deve chegar à população com linguagem acessível, tem de levar informações corretas, missão que considera um desafio.

Aline Braga também ressaltou a necessidade de serem criados mecanismos novos de participação popular na comunicação da Câmara. A especialista também defende a adoção de estratégias para atingir as diferentes parcelas da população.

“O grande, maior desafio, que não é novo, é justamente a participação popular. Numa população tão diversa, com acessos tão diferentes aos meios de comunicação, e até de linguagens também, essa participação às vezes fica prejudicada. Então, é pensar em mecanismos que sejam eficientes para diferentes públicos, para que essa participação possa ser feita, a população possa ser ouvida em suas demandas diversas”, disse.

Cabe ao Conselho de Consultivo de Comunicação zelar pelo respeito à diversidade de opiniões e à pluralidade partidária na TV Câmara, na Rádio Câmara, nas notícias publicadas no Portal da internet e nas contas da Câmara nas redes sociais. O colegiado também cuida para que esses serviços respeitem os direitos das pessoas, além de oferecer informações precisas sobre os temas em debate no parlamento brasileiro e sobre o efeito das atividades da Câmara na vida dos cidadãos. O mandato é de dois anos, permitida uma reeleição.