Preocupado com a situação caótica do Porto de Paranaguá e da dragagem do Canal da Galheta, o líder da Oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB) propôs a realização de uma audiência pública nesta terça-feira (13), a partir das 17 horas na sala das Comissões na Assembléia Legislativa, “As informações que possuímos são contrárias àquelas que foram apresentadas pelos funcionários do Porto. Até mesmo dentro do governo as informações são contraditórias. Acredito que amanhã conseguiremos contrapor as informações apresentadas pelos funcionários do Porto”, disse Rossoni.O deputado Rossoni convidou o consultor da área portuária Geert Prange para apresentar a real situação do Porto de Paranaguá. “É uma pessoa que não é funcionária do Porto nem tem ligação com a liderança da Oposição. É alguém independente que irá apresentar dados sobre os problemas do Porto de Paranaguá. Esse consultor fez parte inclusive da comissão criada pelo Porto no ano passado para elaborar estudos para a dragagem do Canal da Galheta”, destacou.DIVERGÊNCIASO deputado Valdir Rossoni se disse preocupado com as divergências nas informações apresentadas pelo governador Roberto Requião e por diretores do Porto de Paranaguá que foram nomeados a pedido do governador Requião.“Não há concordância entre o que o governador e os diretores do Porto dizem. Dão medo essas contradições”, disse Rossoni se referindo ao episódio da compra da draga defendida por Requião e que segundo o diretor do Porto de Antonina, Luiz Henrique Dividino, todo o processo levaria mais de um ano, não sendo a solução imediata para a dragagem em Paranaguá.Outro apontamento feito por Rossoni é o caso do navio Rio da Plata que atracou no último sábado, com o discurso de ser o maior navio do mundo. “A mania de superlativos desse governo fez com que mais uma vez ele faltasse com a verdade. Existem navios maiores, principalmente os graneleiros”, ressaltou Rossoni. “O Rio da Plata só atracou em Paranaguá porque não atingiu sua capacidade máxima de carregamento. Se estivesse com carga completa, precisaria de calado de 14 metros, o que em Paranaguá é impossível nos dias de hoje”, completou.Rossoni lembrou ainda que a determinação da Capitania dos Portos para o calado de 11,3 metros em Paranaguá depende da maré para que seja atingido. “O calado determinado pela Marinha acontece em certos momentos do dia. Quando esse nível é atingido o navio tem que passar pelo Canal, caso contrário terá que ficar esperando a maré para ter profundidade suficiente para não encalhar”.O parlamentar voltou a ressaltar que não é contra a dragagem do Canal da Galheta e sim favorável a um processo de licitação e projeto dentro da lei. “Acima da minha verdade está o meu Paraná. Quero que o meu estado vá bem e a dragagem é de extrema necessidade para o desenvolvimento do Paraná”.