O deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), líder do Governo na Assembléia Legislativa, cobrou nesta terça-feira (10) a resolução imediata dos problemas enfrentados pelas comunidades indígenas no Paraná. Romanelli adiantou que representantes das etnias cainguangue, guarani e xetá e o presidente nacional da Funasa, Danilo Fortes, vão se encontrar nesta quarta-feira (11) em Brasília. O principal impasse é o cancelamento do convênio com a empresa terceirizada que fazia o transporte médico de 45 aldeias no Paraná. A direção da Funasa adiantou que aceita os termos de negociação O contrato do transporte, no valor de R$ 328 mil, está suspenso desde 23 de maio. “É uma previsão constitucional: a União tem o dever de atender as comunidades indígenas. Não é possível que possamos aceitar que por alguma razão burocrática, fique a comunidade indígena sem transporte médico”, protestou Romanelli. FALTA DE DIÁLOGO - O líder do Governo ressaltou que esse novo entrave entre as comunidades indígenas do Paraná poderia ter sido evitado se as lideranças tivessem sido ouvidas. “Na última sexta-feira (6) o presidente da Funasa não compareceu a uma reunião marcada os líderes indígenas. A reunião já havia sido cancelada anteriormente e, ao invés de marcar uma outra data, a Funasa comunicou que as negociações estavam canceladas e sem data de serem retomadas”, lamentou. Na opinião do deputado foi uma medida extrema, entretanto as manifestações são legítimas, “quando são para assegurar direitos, especialmente da comunidade indígenas, que é um povo sofrido, que tem que merecer por parte dos governos o apoio que precisam para ter uma vida digna”. NECESSIDADE - No Paraná, de acordo com Romanelli, vivem cerca de 23 mil indígenas, em 18 aldeamentos. “Existem aldeias que distantes apenas 5 quilômetros da cidade mais próxima. Mas em alguns casos a distância passa dos 60 quilômetros. Essas comunidades não podem ficar descobertas pelo atendimento, por isso o acordo tem que ser no mínimo idêntico ao que já existia”, enfatizou. “A empresa contratada é responsável pelo transporte de 12, 6 mil indígenas, entre crianças, gestantes, idosos, doentes que precisam de remédios controlados e que estão e meio a tratamentos que necessitam de visitas periódicas a especialistas, enfim, pessoas comuns que necessitam de um tratamento digno, idenpendente da raça, etnia ou credo, é o que assegura nossa constituição”. Romanelli cobrou uma solução para o problema e disse que se Governo federal, através da Funasa, não tomar uma providência, o estado terá que tomá-la para poder resolver o tema. “É inacreditável que possamos vivenciar, em um Estado organizado igual ao nosso uma situação igual a essa. Não é possível que a Funasa possa ter chegado a esse ponto, de por conta de questões burocráticas o atendimento a comunidade indígena tenha sido inviabilizado. COMPROMISSO - Romanelli lembrou que já possui um envolvimento com a comunidade indígena do Paraná. “Digo isso do sentimento de que quando fui presidente Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), desenvolvemos o Casa da Família Indígena. Até a minha saída da pasta, tínhamos construído 650 unidades habitacionais para essa comunidade respeitando o ponto de vista da cultura indígena”, completou.