Liderança do Pmdb – Deputado Waldyr Pugliesi

26/05/2008 17h09 | por Ronildo Pimentel / 41 3350-4156 - 9188-8956 / ronipimentel@hotmail.com - imprensa@lideranca.pmdb-pr.org.br - www.waldyrpugliesi.com.br - www.lideranca
“Nós nos rebelamos com o poder discricionário que foi implantado aqui em 1964 e o Antônio dos Três Reis de Oliveira que começou a sua vida, vamos dizer, de conhecimento das coisas que estão dentro da sociedade, ele começou, por exemplo, nos protestos estudantis como eu também, inclusive com o pagamento das taxas que na época queriam fazer com as escolas públicas”. Trecho do pronunciamento do deputado Waldyr Pugliesi na sessão desta segunda-feira (26). Leia a seguir a íntegra do pronunciamento:Senhor presidente, senhores deputadosVenho à Tribuna para falar alguma coisa em relação a um projeto de lei que estou apresentando e que já foi votado em primeira discussão e votação aqui na sua parte constitucional, denominando Colégio Estadual Antônio dos Três Reis de Oliveira uma escola modelo que está sendo construída no município de Apucarana.O deputado Tadeu Veneri, na quarta-feira (21), quando estive impossibilidade de estar aqui no Plenário por compromissos outros atinentes a nossa atividade, já falou a respeito de Antônio dos Três Reis de Oliveira e cuja justificativa para apresentação do projeto já está nos anais desta Casa aqui.Bom, quero, senhor presidente rememorar um pouco, me lembro que na década de 1970, mais precisamente no ano de 1978, eu juntamente com minha mulher, a companheira política Irondi Pugliesi, nos dirigíamos de Arapongas até Apucarana, onde o bispo diocesano de Apucarana estava promovendo, realizando uma missa em memória de Antônio dos Três Reis de Oliveira.A distância entre Arapongas e Apucarana é pequena, mas me lembro que logo ao sai de Arapongas e entrando na rodovia, vi um monumental engarrafamento de veículos, me perguntei: O que é que deve estar acontecendo?Na realidade logo adiante, senhores deputados, me deparei com pessoas do Exército glorioso Exército Nacional e membros da Polícia Federal, que praticamente tinham tomado a rodovia entre Arapongas e Apucarana. Quando chegou a minha vez para me apresentar através dos meus documentos, me lembro que perguntaram para onde estava me dirigindo. Falei: estou indo para a Catedral de Apucarana onde se realiza uma missa, porque a família de Antônio dos Três Reis de Oliveira mandou rezar em sua memória.Porque naquele momento se teve a confirmação definitiva, vamos dizer assim, que Antônio dos Três Reis de Oliveira, tinha sido assassinado pelos órgãos de repressão da ditadura militar brasileira.Pois bem, isso foi lá na década de 1970, mas agora, na década de 1990 deputado Teruo Kato, mais uma vez fazia o trajeto de Arapongas para Apucarana durante a campanha eleitoral, porque acompanhava o (governador Roberto) Requião para a cidade de Apucarana onde teríamos um encontro no Sindicato Patronal Rural, com aqueles que trabalham nesta área e mais todos os nossos companheiros que faziam a campanha do companheiro Requião.Estávamos em quatro, o motorista, Roberto Requião, padre Roque Zimmermann e eu. Como havia presidente (Augustinho) Zuchi, um espaço na agenda, porque estávamos, o que é praticamente desconhecido e inusitado, mas estávamos adiantados para a realização daquela reunião, propus aqueles que estavam no veículo que déssemos uma parada na Tribuna do Norte, que é um grande jornal aqui do Paraná.Falei olha, como temos tempo vamos fazer uma visita ao Taquinho na Tribuna do Norte, daí me virei e perguntei para o Padre Roque se ele sabia quem foi Antônio dos Três Reis de Oliveira. Ele falou que não e o Requião também ficou queto.Pois aí contei a história deste estudante apucaranense que se rebelou, como vossa excelência presidente Zuchi, também se rebelou. Nós nos rebelamos com o poder discricionário que foi implantado aqui em 1964 e o Antônio dos Três Reis de Oliveira que começou a sua vida, vamos dizer, de conhecimento das coisas que estão dentro da sociedade, ele começou, por exemplo, nos protestos estudantis como eu também, inclusive com o pagamento das taxas que na época queriam fazer com as escolas públicas.Nós naquela época, vendo aí o início da privatização do ensino que nós sempre pretendemos que fosse universal, público e gratuito. Pois bem, esse menino, o Antônio dos Três Reis de Oliveira, juntamente com o José Idésio Prianezzi e mais 17 companheiros de Apucarana se rebelaram.O Briznezzi e o Antônio dos Três Reis foram para a clandestinidade, para a luta armada contra a ditadura, mas estava falando que estávamos nos dirigindo para Apucarana e paramos na redação do jornal Tribuna do Norte, um dos principais jornais, volto a repetir, aqui do Paraná.O Requião, governador Requião, que não tinha dito nada, ao adentrarmos as instalações do jornal e chegando a sala do diretor-proprietário da Tribuna do Norte, Baltazar Eustáquio de Oliveira, mais conhecido como Taquinho, o Requião simplesmente disse o seguinte: Olha, vou ganhar as eleições para o governo do Estado e a minha primeira obra aqui em Apucarana vai ser uma escola modelo que levará o nome de Antônio dos Três Reis de Oliveira.Para quem é que estava o Requião falando isso? Para o irmão do Antônio dos Três Reis de Oliveira e agora vejo que a escola está praticamente finalizada, mas quero render uma homenagem aqui aqueles que fizeram da rebeldia, do inconformismo, da indignação a atividade que tiveram na vida para se contrapor aqueles que rasgaram a constituição deste país. Sem lei não há salvação. Como constituinte senti tudo isso, quando elaboramos a Constituição, a Carta Magna que está vigendo aqui no país.Então o que é que aconteceu com estes jovens? Eles foram ao 30º Congresso de Estudantes no Estado de São Paulo, deputado (Luiz Eduardo) Cheida, em Ibiúna. E lá todos foram presos e fichados e daí para a frente um inferno caiu sobre a cabeça de todos estes militantes que se colocavam contra o regime que tinha sido implantado aqui através de um golpe de estado.Agora, senhor presidente, quero cumprimentar não só o dono do jornal, o diretor do jornal, mas os seus jornalistas, porque eles prestam serviço inestimável a história brasileira, colocando para conhecimento daqueles que não conhecem tudo aquilo que aconteceu, matérias muito elucidativas estão sendo feitas sob o comando, poderia dizer, do brilhante jornalista Vanderlei de Souza.Todos os domingos existe uma matéria copiosa, muito rica em relação a estas coisas que aconteceram. Aqui está, quero mostrar inclusive não só para os parlamentares que estão aqui, muitos visitando a Casa e que também não conhecem a história.Vivi tudo isso. Vivi tudo isso, aqui mesmo nesta casa, senhor presidente, a primeira vez que fui deputado, presenciou-se o seguinte, apresentou um projeto extinguindo o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) em São Paulo, aqui Delegacia da Ordem Política e Social.Estava sentado senhor presidente, aqui na primeira fila, era um dos dirigentes do MDB na década de 1970 e quando apresentei este projeto para extinção do braço armado da ditadura, onde eles torturavam, faziam desaparecer muita gente, matavam, nunca fui tão filmado e fotografado em toda minha vida.Fico muito honrado em ter tomado estas posições de rebeldia, é aquilo que falo para estes que são religiosos, a bíblia mesmo diz: não vos conformeis com o mundo que tens. O livro está mandando a gente ser rebelde, está mandando a gente para o conflito, para o confronto e eu vejo muitas, senhor presidente, alguém querendo ainda rasgar o texto magno com saudades do tempo da ditadura militar. Este pessoal talvez não saiba o que é isso, não vivenciaram como eu vivenciei este momento.Quanta vez cercaram minha casa lá em Arapongas porque eu cumpria com a minha obrigação? Páginas e páginas estão aí de registro no DOPS, mas nunca fui lá ver, agora tenho conhecimento de alguns episódios através do jornal que presta, volto a repetir, inestimável serviço. Isto sim é jornalismo, quero honrar aqui os jornalistas sérios que fazem da sua profissão também uma espaço para transformar o ser humano em cidadão.O que é que estes jovens senhor presidente pretendiam, ao se rebelarem contra a ditadura militar? Eles queriam sim o fim do desemprego, combater a injustiça, a fome, a miséria, me lembro que nós mesmos apanhamos quando fazíamos a campanha pelo Petróleo é Nosso pichando os muros com o nome da Petrobrás e falavam todos que nós não tínhamos petróleo aqui no país, muitos jornais, eu repudio esta versão que vinha da matriz do governo dos Estados Unidos.Portanto senhor presidente, peço aos deputados inclusive ao (Ademar) Traiano, que votem a favor deste projeto que é de grande merecimento daquilo que nós estamos fazendo. Aqui tem uma justificativa senhor presidente, em relação a denominação que damos a este projeto de lei. Tenho certeza que ele vai ser aprovado por unanimidade e nós teremos na cidade de Apucarana um espaço livre que o governador Requião construiu para a educação, para o ensino, olhando lá para trás, mas baseado naquele que se sacrificou, naquele que ofereceu a sua vida para que pudéssemos transformar este país numa verdadeira Nação de todos nós.Muito obrigado!

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