No mês mais seco do ano, agosto é destaque com campanhas de prevenção e combate aos incêndios e queimadas O “Agosto Cinza” foi instituído através da lei 21.013/2022 para campanhas de conscientização sobre a necessidade de prevenção contra incêndios.

01/08/2023 15h02 | por Antônio Dilay

Créditos: Arte: Anne Botero

Tradicionalmente o mês de agosto é mais “seco” e com fortes ventos, o que favorece o aumento de casos de incêndios ambientais em todo o estado. Para alertar a população dos perigos e conscientizar sobre formas de prevenção, o deputado Cobra Repórter (PSD) propôs e aprovou a Lei estadual nº 21.013/2022 que criou o “Agosto Cinza”, mês dedicado à reflexão e à promoção de eventos sobre prevenção e combate a incêndios e queimadas.

O nome "Agosto Cinza" foi escolhido de forma simbólica, ressaltando a cor característica da fumaça e das chamas que tanto marcam essas situações de emergência. Os registros do Corpo de Bombeiros revelam um dado alarmante: o terceiro trimestre do ano é o período em que mais se concentram os incêndios no Paraná. Mais da metade das situações de incêndio ambiental ocorrem nos meses de julho, agosto e setembro.

O deputado Cobra Repórter (PSD) destaca que o “Agosto Cinza” surgiu como uma iniciativa crucial para conscientizar a população sobre a prevenção de incêndios e evitar tragédias como a ocorrida na boate Kiss, em Santa Maria, cidade do Rio Grande do Sul, além dos acidentes domésticos que infelizmente ainda levam centenas de pessoas para as alas de queimados dos hospitais todos os anos.

“Com ações pontuais e uma maior conscientização, espera-se que o “Agosto Cinza” se torne uma eficaz ferramenta de prevenção e combate a incêndios, contribuindo para que famílias, comunidades e estabelecimentos estejam mais protegidos e preparados diante de situações de emergência. A tragédia da boate Kiss deve permanecer como um lembrete constante da importância de preservar vidas e garantir a segurança de todos”, afirmou o deputado.

A Lei estabelece vários objetivos, entre eles promover instrução de prevenção e práticas para o combate a incêndios para crianças e jovens nas escolas e também difundir a necessidade de revisão e manutenção de planos de contingências para emergências envolvendo incêndios, em especial, para evacuação de edificações, supermercados, estádios esportivos, cinemas, shoppings centers e demais ambientes onde haja concentração de pessoas, além de alertar sobre os incêndios ambientais.

O deputado Cobra Repórter (PSD) realizará a Sessão Plenária alusiva ao “Agosto Cinza” no dia 03 de agosto às 14 horas na Câmara Municipal de Londrina. Na ocasião serão homenageadas as pessoas que atuaram no combate ao incêndio na empresa Transportes coletivos da Grande Londrina (TCGL) em 15 de novembro de 2021.

Campanha do corpo de Bombeiros

A campanha de prevenção a incêndios de 2023 faz alerta sobre urgência do tema. O slogan é “Não temos tempo a perder. Precisamos evitar os incêndios florestais agora”. De acordo com o Corpo de Bombeiros, uma média de 7 mil casos de incêndios florestais são atendidos por ano no Paraná.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, uma média de 7 mil casos de incêndios florestais são atendidos por ano no Paraná. Em 2022 foram 4.693 e em 2021, durante a crise hídrica, mais de 10 mil atendimentos. A diminuição nos números leva em conta o inverno chuvoso do ano passado.

Crime

Incêndios florestais matam e ferem animais silvestres, muitos já ameaçados de extinção, reduzem a fertilidade do solo, demandando mais adubos, poluem o ar, causando doenças pulmonares, alergias respiratórias e outros problemas de saúde, comprometem a qualidade e a quantidade de água fornecidas pelas nascentes, causam graves acidentes com a rede elétrica e provocam inúmeros prejuízos financeiros.

A cada 10 incêndios florestais, nove são causados por alguma irresponsabilidade humana. Causar incêndios, mesmo que sem querer, é considerado crime e o infrator pode ser penalizado com reclusão de dois a quatro anos e multa que varia entre R$ 5 mil e R$ 50 milhões, dependendo do número de hectares afetados pelo fogo e dos danos causados à fauna e à flora. Atear fogo para limpar a vegetação, jogar lixo na beira de rodovias, acender fogueiras perto das árvores, fumar próximo a plantações e soltar balões são algumas das ações que podem dar início aos incêndios.

O que fazer

Ao avistar um foco de incêndio a orientação é de nunca tentar combater o fogo sozinho. Realizar este processo sem o treinamento adequado pode colocar a pessoa em perigo. A orientação é procurar um local seguro, avisar os vizinhos e acionar o Corpo de Bombeiros através do número 193.

Com medidas simples é fácil evitar catástrofes maiores como, por exemplo, não descartar lixo em vias e evitar queimar resíduos em casa; não usar fogo para limpar terrenos e trilhas; não soltar balões e denunciar essa prática; ao capinar o terreno, recolher os montes imediatamente, pois são potenciais focos de incêndio.

Memória

Em 14 de agosto de 1963 foram noticiados os primeiros focos de incêndios em Guaravera, Paiquerê e Tamarana, na época, distritos de Londrina. Como era de costume, os agricultores faziam pequenas queimadas para limpar o terreno após as colheitas. Com os fortes ventos, não demorou muito para o fogo avançar sem controle. Essa combinação de fatores foi o estopim para o fogo se alastrar pelo interior do Paraná

Os incêndios começaram a atingir os municípios de Ortigueira, Tibagi, Arapoti, Jaguariaíva até Sengés. Atingindo as áreas rurais e aproximadamente 10% do território do estado foi consumido, cerca de dois milhões de hectares foram completamente devastados, sendo 20 mil hectares de plantações, 500 mil de florestas nativas e 1,5 milhão de campos e matas secundárias.

O incêndio provocou a perda de pelo menos 15 milhões de araucárias. O relatório do governo estadual da época revelou que o município de Ortigueira teve 90% da área queimada. Mais de 70% das reservas florestais das Indústrias Klabin de Papel e Celulose, cultivadas em uma fazenda de Telêmaco Borba, se perderam. Só nesse local, 200 milhões de araucárias foram destruídas. O fogo cessou naturalmente com a volta da chuva.

Aproximadamente 8 mil imóveis, entre casas, galpões e silos, viraram cinzas. Cerca de 5,7 mil famílias, a grande maioria formada por trabalhadores rurais, ficaram desabrigadas. Tratores, equipamentos agrícolas e incontáveis veículos foram atingidos pelo incêndio.

As queimadas causaram a morte de 110 pessoas. Entretanto, não se chegou a um consenso sobre o número de mortos, que poderia ser entre 89 a 250, segundo os jornais da época. Deixou ainda milhares de feridos, desalojados e desabrigados. Além de perdas de vidas humanas, milhares de animais também foram mortos, entre animais silvestres e animais de criação. Os prejuízos foram enormes, devastando lavouras inteiras, reflorestamentos, muitas fazendas e vilas. Ao todo o incêndio atingiu 128 municípios paranaenses. Principalmente municípios da região do Norte Pioneiro e Campos Gerais, além de alguns municípios da região central e norte do estado.

A partir da década de 1960 o Paraná começou a trabalhar na prevenção contra incêndios, desenvolvendo uma parceria entre o governo do estado e empresas, para criar um sistema de monitoramentos e alerta de incêndios e queimadas.

 

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