"Relações governamentais: perspectivas e tendências" foi o tema debatido na Escola do Legislativo desta terça-feira (4) no Plenarinho da Assembleia. O primeiro palestrante, Juliano Griebeler, explicou o que são as atividades governamentais. Ele, que é diretor de ações governamentais de uma consultoria, definiu como “as atividades onde a sociedade pode ter acesso ao governo” e que só podem acontecer em um regime democrático e que possibilite a participação dessa sociedade nas decisões de governo. O que se espera desta relação? Melhorar justamente a relação entre as empresas privadas e o governo, reforça Juliano.
(Sonora)
Numa palestra bem humorada, Felipe Salomão, coordenador de relações institucionais, lembrou de um termo, muitas vezes, usado para definir essas relações: o lobby, que, segundo o palestrante, nada mais é que uma das ferramentas para a atividade, e que é lícita sim, ao contrário do que se pensa, afinal, são muitas as normas para se fazer lobby de forma legal. E elas são rígidas. De acordo com Felipe, essa é uma profissão que exige conhecimento da informação (entender um pouco de tudo), jogo de cintura e paciência, porque o trabalho nunca vai estar pronto. E por que é preciso ter essa relação? Porque, no caso do setor público, o parlamentar, o governante, precisam ouvir todos os lados para que se o interesse da maioria prevaleça. Felipe apresentou dados que mostraram, por meio de uma pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que apenas 15% de lobistas são empresas. O restante se divide entre partidos políticos, movimentos sociais e o próprio governo.
E o lobista, ou o coordenador ou diretor de relações institucionais, não pode ser visto como “alguém que se utiliza de influência política para conseguir vantagem para determinada empresa”, mas como um profissional eficiente que traz equilíbrio para a relação entre governo e iniciativa privada. O objetivo, diz Felipe, é regular a atividade e promover a transparência dessas relações entre público e privado em todas as esferas: Executivo, Legislativo e Judiciário.
(Sonora)
A coordenadora do Núcleo de Assuntos Legislativos da Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), Letícia Rezende, participou das palestras como debatedora. Ela disse que a atividade é garantida na constituição, mesmo que ainda não seja regulamentada e demonstrou preocupação com isso, afinal, para ela “é preciso entender que os profissionais têm metas a cumprir, atuam em pesquisa, análises, utilizam técnicas, por isso precisam estar em constante atualização e que é necessário conhecer todos os lados da atividade”.
O objetivo da Escola com o tema foi permitir aos participantes a compreensão sobre as relações instituídas entre os segmentos governamentais e as diferentes esferas e grupos de organizações da iniciativa privada ou do terceiro setor. A coordenadora pedagógica da Escola, Roberta Picussa avalia que em um tempo onde as relações entre empresas e governo são permeadas de denúncias de corrupção, nada mais propício que explicar o que essa relação significa, se acontecer de forma correta.
(Sonora)
Da Assembleia Legislativa do Paraná, repórter Cláudia Ribeiro.