Além da multa diária de R$ 5 mil pelo não cumprimento do embarque de produtos transgênicos em Paranaguá, o Paraná pode ter que arcar em breve com mais um pesado contencioso, originado também no terminal marítimo. O episódio da explosão do navio Vicuña, que completou aniversário recentemente, pode gerar uma ação de US$ 62 milhões, que seria movida pelo armador do navio, uma vez que tanto o porto quanto a Cattalini mostraram que não tinham plano de emergência para dirimir os efeitos do acidente.O alerta foi feito ontem pelo deputado Plauto Miró Guimarães (PFL), em pronunciamento na Assembléia. De acordo com o parlamentar, estes fatos são reflexos da teimosia do governo, que “prefere se engalfinhar em brigas judiciais intermináveis, ao invés de agir para corrigir os problemas”.O líder do PFL criticou os desmandos na gestão portuária e considerou vergonhoso que tenha sido necessário o Supremo Tribunal Federal ter que intervir para garantir o escoamento dos grãos. “Vejam a que ponto chegamos: precisou a Corte Suprema do País ordenar o que o porto já devia ter feito há três anos e meio. As coisas tem de ser na marra aqui no Paraná, porque o governador gosta mesmo é de brigar na Justiça”, disse. Plauto citou o exemplo do estado vizinho Santa Catarina, que está tirando proveito dos entraves ao embarque de transgênicos no Paraná. “Enquanto o governo do Paraná joga a responsabilidade para a iniciativa privada, o porto de São Francisco do Sul, em Santa Catarina, que é infinitamente menor que o Porto de Paranaguá, já montou uma estrutura para este fim. O embarque de grãos lá cresceu algo em torno de 300% no ano passado, por conta das cargas que deixaram de escoar por Paranaguá”, relatou.Em aparte, o deputado Élio Rusch (PFL), fez coro às críticas de Plauto. “Os portos de Itajaí e São Francisco do Sul não têm mais espaço físico para abrigar carga. O governo está fazendo um projeto de ampliação para os terminais. Desse jeito, logo o governador Requião vai receber título de cidadão honorário de Santa Catarina, como melhor secretário de Indústria e Comércio”, ironizou Rusch.Além da briga com os produtores, Plauto considera que o foco da gestão de forma geral também está errado. Ele citou como exemplo a propalda economia com a construção do Cais Oeste, que logo depois sofreu aditamento de contrato, a dragagem que nunca sai e constantemente é transferida, sem contar a perda no volume de cargas que afetam a economia e cortam empregos.Liderança da OposiçãoFone: 3350-4193Miguel Ângelo