A declaração do governador Roberto Requião de que só aceita negociar a redução do pedágio no Paraná se for nos moldes das novas licitações soou como ameaça. A opinião é do presidente da Comissão Especial de Investigação (CEI) do pedágio da Assembléia Legislativa, deputado Fabio Camargo (PTB). Para o parlamentar, é importante seguir na linha que a comissão iniciou de fazer com que os dois lados – governo e concessionárias – sentem para negociar.Fabio Camargo lembra que a CEI estudou de forma técnica, durante os últimos quatro meses, a questão do pedágio no Paraná e ouviu representantes de vários segmentos, em busca de soluções para que a tarifa baixe. “Estamos a menos de dez dias de apresentar o relatório e de acordo com o que apuramos ficou claro que a única solução possível para baixar as tarifas e a negociação tranqüila, regionalizada”, afirmou o deputado.O presidente da CEI lembra ainda que o próprio secretário estadual de Transportes, Rogério Tizzot, concordou que a comissão seria um bom intermediador nas negociações e aceitou que os deputados marcassem as datas para as negociações com as concessionárias. “Nessas negociações, será necessário colocar propostas objetivas, de preferência sem muita publicidade. As declarações em tom provocativo, via imprensa ou agência de governo, não só não vão ajudar às tarifas baixarem como pode fazer com que elas aumentem, uma vez que falta um mês para os novos reajustes”, analisou Fabio Camargo.O governo moveu mais de 50 ações na Justiça no sentido de quebrar os contratos com as concessionárias ou forçar a baixa de preço das tarifas. “Perdemos todas essas ações, o que deixa claro que esse não é o caminho. O trabalho realizado pela CEI vem em uma direção que pode trazer resultados objetivos, desde que haja negociação, ou seja, os dois lados têm que ceder. Agora, se formos para o confronto novamente, a conta vai sobrar para o povo do Paraná”, concluiu Fabio Camargo.
