O líder da Oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB), entrou com um requerimento esta semana na Assembléia, cobrando explicações do governador Roberto Requião sobre as denúncias que ele teria feito envolvendo o PT e a Pavibrás. Nas duas últimas reuniões do “Mãos Limpas”, o governador relatou a história de que membros do PT - que ele não identificou - o haviam procurado durante a campanha de 2004, para que autorizasse um aumento de preços para um contratado da Sanepar – a Pavibras – Pavimentação e Obras Ltda.“No Paraná existe uma mania dos políticos de dar o tapa e esconder a mão. No ano passado, o governador achincalhou deputados desta Casa, acusando-os de cobrar mensalão e depois jogou o seu secretário de Comunicação na fogueira e ficou assitindo de camarote. Vamos ver se dessa vez ele (Requião) cria coragem e se explica”, desafiou Rossoni.O aumento no contrato da Pavibras seria dentro da lei e renderia um aporte R$ 5 milhões para a campanha do PT à Prefeitura de Curitiba. É bom lembrar que a Pavibrás enfrenta dificuldades financeiras, mas mesmo assim conseguiu contrato no governo do Estado, o que por si já mereceria uma investigação.Requião teria relatado que não topou a parada e proibiu que a Sanepar levasse avante qualquer aumento de preços que beneficiasse a Pavibras.“É uma acusação muito grave numa reunião chamada de ‘Mãos limpas’. Me causou mais espanto que na última reunião de segunda-feira o governador voltou a falar deste caso”, disse Rossoni.O deputado foi confrontado pelo presidente do PT, André Vargas e pelo deputado Ângelo Vanhoni, que lhe pediram provas sobre o assunto e garantiram que o governador não havia tratado do assunto.Rossoni, entretanto, manteve a denúncia e disse que o governador precisa se explicar neste episódio. “Estou no meu papel de fiscalizador e não é um papel agradável, mas não posso deixar passar em branco uma acusação desta gravidade”, insistiu o líder da oposição. De acordo com levantamentos, apesar da ordem contrária do governador, o aporte de recursos saiu e a informação está disponível na internet, através do site de busca Google.Essa controvérsia não impediu que a Pavibras tivesse se beneficiado com um reajuste de R$ 14.729.930,63. “A questão que se coloca é a seguinte: como a Sanepar concedeu esse reajuste, que havia sido vetado pelo governador, e que parece envolvido em evidentes irregularidades? Alguém teve algum benefício irregular com essa concessão?”, indaga Rossoni, que espera agora um posicionamento do governador Requião.