Enormes perdas financeiras, demissões, abalo na credibilidade do Estado. Estes são alguns dos efeitos mais danosos produzidos pela crise da febre aftosa, que eclodiu no final do ano passado e se transformou numa novela, cujo final é imprevisível. O comentário foi feito pelo deputado Valdir Rossoni (PSDB), líder da oposição na assembléia, que cobrou uma solução do governo para o problema.“O governador fica falando em fazer churrasco na área com suspeita de aftosa. Acho que o Requião está brincando com um assunto sério, enquanto os pecuaristas sofrem grandes prejuízos e os trabalhadores estão perdendo emprego”, lembrou Rossoni. Estima-se que agropecuária do Paraná já teve perdas de R$ 150 milhões, com a perda de mercado de carne bovina e leite.Para o deputado, o governo Requião errou na condução do problema desde o princípio. “Houve precipitação do secretário de Agricultura em admitir a aftosa e, logo em seguida, o governo passou a negar a doença o que levou ao impasse”, avaliou. Outro ponto criticado é o fato de o governo politizar a discussão do caso ao invés de priorizar uma solução rápida e menos indolor para o problema. “No Mato Grosso do Sul o governo agiu rápido, abateu animais e tomou medidas sanitárias. Com certeza, os frigoríficos de lá voltarão a exportar muito antes de nós”, comparou Rossoni.Isso porque os países importadores, que suspenderam a compra de carne bovina do Estado, só vão retomar os negócios depois de erradicada qualquer suspeita de aftosa. “Discurso e provocações não resolvem isso. Para a Europa, o que vale é parecer da Organização Internacional de Epizootias (OIE), que retirou o Paraná de zona livre de febre aftosa”, finalizou.