
O deputado estadual Goura (PDT) apresentou, nesta terça-feira (15), uma série de demandas e sugestões ao secretário estadual do Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca. Durante a reunião, realizada na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Sustentável (Sedest), Goura falou sobre gestão e criação de Unidades de Conservação (UC), instalação de uma estação do Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar) em Morretes, e sobre a regulamentação da Lei dos Grandes Felinos e da Lei dos Resíduos Sólidos.
Representantes do Instituto Água e Terra (IAT) e da Coordenação do Patrimônio Cultural do Paraná também participaram da reunião. “Foi uma conversa muito produtiva. O secretário Greca acatou várias sugestões e deu encaminhamento para muitas das nossas demandas”, avaliou Goura.
Unidades de Conservação
Goura apresentou ao secretário Greca a proposta de criação do Parque Nacional das Serras do Araçatuba e Quiriri, na divisa dos estados do Paraná e de Santa Catarina. A proposta já foi apresentada à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e ao Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio).
A Serra do Araçatuba, localizada no município de Tijucas do Sul (PR), é uma das mais altas da região sudeste do Paraná, quase divisa com Santa Catarina. Um pouco mais ao Sul, encontram-se os Campos do Quiriri, provavelmente o atrativo mais famoso e procurado da região do Planalto Norte Catarinense.
“Essa região é um patrimônio natural fantástico e por ser uma situação que envolve os dois estados justifica ainda mais a criação de uma unidade de conservação federal, de gestão nacional, para potencializar a necessidade de preservação, do fortalecimento do turismo de natureza e de base comunitária”, argumentou o deputado.
O secretário avaliou como positiva a proposta e afirmou que vai manifestar o apoio da Sedest ao projeto. “Eu vou falar com o governador (Ratinho Jr.). Precisamos trabalhar na perspectiva de que a conservação também gera riquezas”, disse.
Greca destacou que na região encontra-se a Pedra Branca de Araraquara e o Caminho dos Ambrósios, uma das rotas utilizadas pelos colonizadores europeus para chegar ao planalto curitibano.
Outras UCs
A necessidade de manutenção de toda a trilha histórica do Caminho do Itupava, com a construção de novas pontes, sinalização e reparos em alguns imóveis localizados ao longo do trajeto foi destaque na reunião.
Patrimônio Estadual , cadastrado na área de Tombamento da Serra do Mar e Reserva da Biosfera, o Caminho do Itupava é a mais antiga trilha do Paraná. Ela que liga os municípios de Quatro Barras e Morretes.
“O caminho é um imenso atrativo turístico, turismo de natureza, de trilhas de longo percurso e um dos caminhos históricos mais importantes do Brasil. Precisamos garantir estrutura e segurança para quem quer fazer a trilha”, disse Goura.
Atualmente o caminho possui cerca de 20 quilômetros e pode ser percorrido em aproximadamente oito horas exigindo bom preparo físico.
Reabertura de parques
A reabertura do Parque Estadual do Pau Oco, em Morretes, e do Parque Estadual Mata dos Godoy, em Londrina, também foram pontos de pauta da reunião.
O Parque Estadual do Pau Oco está fechado desde 2019 e sua reabertura é uma reivindicação da comunidade local, que tem no turismo uma das principais fontes de renda, principalmente, para se ter acesso ao Salto da Fortuna, com queda d’água de 40 metros.
Já o parque Mata dos Godoy possui uma área de 690.756 hectares e foi criado para proteger um dos últimos remanescentes de Floresta Subtropical. Até 1989, quando foi transformada em Parque, a área pertencia à família Godoy e fazia parte da Fazenda Santa Helena. Em 1995 foi aberta à visitação e, com a pandemia da Covid-19, as visitas foram suspensas.
Em ambos os casos, o secretário Rafael Greca avaliou como necessária a reabertura e falou da necessidade de ampliação da Polícia Ambiental do Paraná. “Teríamos que ter uma Polícia Florestal maior. Não é possível garantir a segurança de todo o estado com 400 policiais”, disse.
Parque das Lauráceas
A necessidade de capacitar quilombolas residentes no entorno do Parque Estadual das Lauráceas, o maior parque estadual do Paraná, também foi uma demanda apresentada pelo deputado.
Goura destacou que tem atuado no sentido de fortalecer o turismo de natureza, o turismo rural e o desenvolvimento das comunidades quilombolas e na proteção dos seus direitos.
“Nós aprovamos a lei que cria o Circuito Cicloturístico Quilombos do Ribeira e Parque das Lauráceas e, nesse sentido, é muito importante a abertura do parque para visitação com guias das comunidades quilombolas. Isso vai fortalecer o turismo de natureza, o turismo de base comunitária e o cicloturismo na região, que tem um imenso potencial”, disse Goura.
Simepar Serra do Mar
Outra proposta apresentada pelo deputado Goura foi a de instalação de estação meteorológica no Parque Estadual Marumbi, com apoio do Corpo de Socorro em Montanha (COSMO).
O objetivo é fortalecer os mecanismos da Defesa Civil com a geração de dados para gestão e segurança das populações residentes às margens dos rios e de todas as pessoas que descem da Serra do Mar para Morretes.
“Uma estação do Simepar vai beneficiar toda a população residente e os turistas e as pessoas que frequentam a região. A previsão de chuvas e eventos extremos, pode evitar acidentes causados pelas chamadas cabeças d'águas”, disse Goura.
Esse fenômeno é resultado da chuva intensa em uma área específica do rio ou cachoeira, que faz com que o nível da água suba rapidamente, reforçando a correnteza.
Regulamentação de leis
Outro assunto tratado com o secretário Rafael Greca foi a necessidade de regulamentação da Lei N° 21.306/2022, que institui o Programa Estadual de Conservação de Grandes Felinos no Paraná.
Por fim, Goura também ressaltou a necessidade de regulamentação da Lei N° 22.265/2024 que alterou a Lei N° 15.632/2007, que dispõe sobre instalação de coletores de lixo reciclável nas universidades, faculdades, centros universitários, escolas, colégios, estádios de futebol, supermercados, shoppings centers e eventos onde haja concentração pública.
“O objetivo com essa lei é separar os coletores em recicláveis, compostáveis e rejeitos”, observou Goura.