Sociedade civil e organizada apoia reabertura da Estrada do Colono Opiniões foram apresentadas durante audiência pública realizada em Capanema promovida pela Assembleia Legislativa.

16/08/2019 11h54 | por Diretoria de Comunicação
População lotou o centro de eventos em Capanema para o debate sobre a reabertura da Estrada do Colono.

População lotou o centro de eventos em Capanema para o debate sobre a reabertura da Estrada do Colono.Créditos: Luciomar Castilho

População lotou o centro de eventos em Capanema para o debate sobre a reabertura da Estrada do Colono.

Três horas de debates marcaram a primeira audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), por intermédio da Frente Parlamentar pela reabertura da Estrada-Parque Caminho do Colono e da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania.

O entusiasmo pela reabertura era grande entre os presentes, muitos com a intenção de buscar o desenvolvimento da região e que consideram a reabertura essencial para isso.

O presidente da Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop) e prefeito de Saudade do Iguaçu, Mauro Cenci, relatou que os municípios da região estão juntos nessa luta, que é uma causa de toda a população do Sudoeste do Paraná. “Hoje, os 42 municípios da Amsop estão engajados na reabertura da Estrada do Colono. Como disseram nossos deputados, é uma emoção estar nesta audiência. É uma causa do povo do Sudoeste. Os prefeitos sabem como é difícil trazer o desenvolvimento e promover a geração e o emprego para que a população tenha cada vez mais desenvolvimento. E esta estrada fará isso: trará o desenvolvimento para a região, ligando o Sudoeste ao Oeste do Estado. Temos a capacidade de fazer uma estrada que respeite a fauna e a flora. Estamos engajados nesta causa”.

Além dos prefeitos, os vereadores dos municípios também estão favoráveis à abertura, como relatou na audiência o presidente da Associação das Câmaras Municipais do Sudoeste Paraná (Acamsop), vereador Hélio Surdi. “Esta obra vai sair do papel. A estrada vai ser uma nova realidade do Sudoeste do Paraná. Contem com os mais de 400 vereadores da associação”.

O juiz aposentado Márcio Geron, é um grande entusiasta da causa. Ele disse que a população não é contra à preservação do meio ambiente, muito pelo contrário e que manter a estrada fechada é criminalizar todo um povo. “Nós não somos criminosos ambientais. Somos um povo que ama a natureza, que preserva e preservará o Parque Ambiental. Para nossos antepassados, proteção ambiental era um gesto de amor. Estamos vivendo uma política ambiental que provoca a separação. O fechamento do Caminho do Colono é a criminalização de um povo, é uma injustiça. Apelo aos senhores deputados o empenho de todos nesta causa”.

Emprego e o desenvolvimento dos municípios também são as preocupações dos empresários da região, como relatou o presidente da Associação Comercial de Capanema, André Mueller, que lembrou das diversas oportunidades que existiam na região antes do fechamento da estrada, na década de oitenta. “Tínhamos várias oportunidades de emprego e desenvolvimento nos municípios da região, mas após o fechamento da estrada isso mudou. Continuamos próximos, mas com uma barreira. Nossa população acabou migrando para centros maiores. Parentes e amigos tiveram de buscar novas oportunidades fora daqui. Queremos preservar, pois é possível integrar ser humano e natureza. Para nós, a estrada é sinônimo de preservação, mas também é de desenvolvimento humano e econômico. Sua abertura vai trazer novas oportunidades para toda a região”.

Laura Bender, moradora do distrito de São Luiz, em Capanema, não viu a estrada aberta. O conhecimento que ela tem são apenas as histórias contadas pelos avós e ela espera um dia poder ver a estrada aberta. “Desde pequena, ouço meus avós falando sobre a estrada. Ele contava que era uma estrada com enorme movimento, servindo para famílias e amigos se visitarem. Eu fico sonhando em um dia poder transitar por este caminho, como toda a população”.

História – Um dos entraves para manter a estrada aberta é que não foi considerado o fato de o caminho existir muito antes da criação do Parque Nacional, como aconteceu com o lado argentino. Essa história foi lembrada pelo professor Antônio Myskiw da Universidade Federal Fronteira Sul, de Realeza. “Temos evidências documentais de que o caminho do colono existe antes do próprio Parque do Iguaçu. Embora o parque tenha sido criado em 1939, a estrada já existia bem antes disso. Ela só foi sendo reforçada e ampliada ao longo dos anos”.

Já o professor Neivor Kessler, do Colégio Rocha Pombo, de Capanema, disse que a reabertura da estrada é o resgate da história de um povo. “Temos um grande problema nesta discussão: está se promovendo na população o esquecimento da Estrada do Colono. Nosso jovem não passou por lá e talvez não faça diferença. Temos o compromisso de resgatar esta memória. Temos que pensar em gente. Gente é que traz o desenvolvimento. Que esta noite seja para refletirmos em como resgatar a história e a memória de um povo honesto e trabalhador, que precisa, sim, desta estrada”.

A íntegra da audiência pública em Capanema pode ser assistida no canal do Youtube do Legislativo através do link: https://youtu.be/jN3BRRkHfOs

Leia também: Deputados se reúnem em Capanema para debater a possibilidade de reabertura da Estrada do Colono

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