A Frente Parlamentar em Apoio e Defesa ao Paradesporto acaba de ser constituída na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A formação desse grupo de trabalho é decorrente de uma iniciativa do deputado Subtenente Everton (PSL), vice-presidente da Comissão de Esportes, e tem a finalidade de discutir e defender, bem como, apresentar propostas legislativas que contribuam para o desenvolvimento e promoção do esporte, em todas as suas áreas, para as pessoas com deficiência. 

Conforme Subtenente Everton, que vai coordenar a Frente, “há uma grande limitação de recursos para esse segmento. Esses atletas são praticamente invisíveis para a sociedade”, frisou. “Tanto que nem temos dados concretos sobre o número de atletas com deficiência”, complementou. “Vejo o esporte como uma grande ferramenta de transformação e inclusão social”, diz.

Ele cita dados do IBGE (Censo 2010), que mostram que no Brasil 23,9% da população declarou possuir pelo menos um tipo de deficiência. No estado do Paraná, com população aproximada de 11,3 milhões de habitantes, as pessoas com deficiência representam 21,8% da população total. “Nos Jogos Abertos Paradesportivos do Paraná (Parajaps 2019), tivemos 1.132 atletas participantes, nas mais diversas modalidades”, destacou.

Ações – O deputado informou ainda que os integrantes da Frente vão realizar ainda neste mês de julho uma visita ao Centro de Treinamento do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), localizado em São Paulo. Ali devem se encontrar com o advogado Mizael Conrado, presidente do CPB. O objetivo é discutir ações que pretendem propor para o Paraná. O trabalho desenvolvido pelo Comitê brasileiro tem a finalidade de “ser referência mundial na gestão e desenvolvimento do esporte paralímpico promovendo a inclusão de pessoas com deficiência em todas as suas dimensões”.

Outras ações que começam a ser discutidas e devem ser implementadas pela Frente preveem a reforma e construção de ginásios especificamente para o esporte paralímpico no Paraná; o apoio e ampliação dos Jogos Abertos Paradesportivos do Paraná (Parajaps); e o apoio às Federações paralímpicas do Paraná para competições regionais e nacional.

Medalhas – O Subtenente Everton destaca ainda os resultados alcançados pelos atletas brasileiros nas últimas competições internacionais, enfatizando o desempenho dos paranaenses. Ele lembra que na Rio 2016, o Brasil teve a melhor colocação na história das Olimpíadas, com 19 medalhas. Nesta ocasião, o Paraná obteve quatro medalhistas: uma de prata e três de ouro. Já nas Paralimpíadas, o Brasil conquistou 72 medalhas. Entre eles, estavam paranaenses que ganharam sete medalhas: um ouro, três pratas e três bronzes.

Nos Jogos Pan-Americanos de Toronto 2015 o Brasil conquistou 141 medalhas. Atletas paranaenses que se destacaram na competição conquistaram 25 medalhas, sendo dez de ouro, cinco de prata e dez de bronze. Por outro lado, nas competições Paralímpicas o Brasil fechou a participação com 257 medalhas. O Paraná contou ao todo com 24 atletas no Parapan de Toronto e conquistou nove medalhas de ouro, seis de prata e quatro de bronze.

História – O paradesporto, modalidade esportiva com regras adaptadas a pessoas com deficiência, surgiu após a Segunda Guerra Mundial. Uma competição esportiva envolvendo veteranos de guerra com lesão na medula espinhal, realizada em 1948, na Inglaterra, e organizada pelo neurologista Ludwig Guttman marca o início da história do paradesporto. A realização dos jogos coincidiu com a disputa, em Londres, da XIV Olimpíada, demonstrando o desejo de seu idealizador de que um dia as pessoas com deficiência tivessem a sua Olímpiada. Quatro anos mais tarde, competidores da Holanda uniram-se aos jogos e, assim, nasceu um movimento internacional. Este fez com que jogos no estilo olímpico, para atletas deficientes, fossem organizados pela primeira vez em Roma, em 1960.

No Brasil só se teve conhecimento do paradesporto em 1958. Desde então os atletas vêm lutando para conseguir conquistar seus espaços. Atletas que participam dos esportes paralímpicos são agrupados em categorias, que se baseiam no tipo de deficiência de cada indivíduo.

Integrantes – De acordo com o Ato do Presidente nº 12/2019, publicado no Dário Oficial do Legislativo, além do Subtenente Everton, integram o grupo de trabalho os seguintes deputados: Delegado Francischini (PSL), Plauto Miró (DEM), Mauro Moraes (PSD), Luiz Fernando Guerra (PSL), Boca Aberta Junior (PROS), Marcel Micheletto (PR), Paulo Litro (PSDB), Dr. Batista (PMN), Artagão Junior (PSB), Alexandre Amaro (PRB) e Do Carmo (PSL). As atividades desse movimento serão regulamentadas pelas disposições da Resolução n° 17, de 14 de dezembro de 2016.