A situação dos imigrantes venezuelanos que escolheram o Paraná para viver foi debatida nesta terça-feira (23) na reunião da Comissão do Mercosul e Assuntos Internacionais da Assembleia Legislativa do Paraná. A estimativa é de que, pelo menos, 30 mil venezuelanos tenham imigrado para o Brasil fugindo da crise instalada na Venezuela. A comissão tem atuado na intermediação das negociações com o governo para atender a essa população da melhor forma possível.
A principal porta de entrada dos venezuelanos no país é a fronteira com Roraima, mas, aos poucos, outros estados tem se mostrado atraentes, como Amazonas e Paraná. Extraoficialmente, estima-se que 500 venezuelanos morem em Curitiba. A reunião de hoje foi um pedido dos próprios imigrantes por apoio, como explica a deputada Maria Victoria (PP), presidente da comissão.
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Entre os participantes estava Omarli Primera que deixou a Venezuela há um ano e seis meses, mas mora em Curitiba há quatro meses. A escolha pela capital paranaense não foi á toa, Omarli sonha em voltar a estudar e trabalhar como professor.
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O acesso integral a educação é apenas um dos pedidos dos venezuelanos. Muitos precisaram fugir de suas casas deixando tudo para trás e chegam ao Brasil em condições precárias. Por enquanto, o suporte inicial tem sido oferecido por entidades e igrejas que prestam o serviço de acolhimento de estrangeiros. Casado com uma venezuelana, o pastor da Igreja Evangélica Quadrangular Gunnar Von Herbert tem oferecido apoio e relata as principais necessidades dos imigrantes.
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Mesmo com todas as dificuldades, a vida no Brasil tem sido muito melhor do que a vivida na terra natal. A Venezuela enfrenta sérios problemas políticos que resultaram em graves consequências sociais, como altas taxas de criminalidade, escassez de comida e medicamentos e dificuldade de acesso à saúde. Segundo o estudante Oscar Mistage Henríquez, o único desejo do povo venezuelano que escolheu o Brasil é poder recomeçar a vida.
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Oscar vive em Curitiba há quatro anos para fazer um mestrado em gestão ambiental. Mesmo em meio a grave crise tem a esperança de um dia poder voltar para o seu país.
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A comunidade de venezuelanos que vive em Curitiba elaborou uma carta com o relato das dificuldades que enfrentam no Brasil e com sugestões que possam melhor o acolhimento aos imigrantes. O documento foi encaminhado para o senador paranaense Alvaro Dias. Em Curitiba, os estrangeiros contam com o apoio do Centro de Informação para Migrantes, Refugiados e Apátridas do Paraná mantido pelo Governo do Estado.
Da Assembleia Legislativa do Paraná, repórter Kharina Guimarães.