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Voluntários pedem apoio na Assembleia Legislativa para acabar com limite para exames de medula óssea

Exame é a única forma de portadores de leucemia e de outras doenças hematológicas encontrarem doadores de medula óssea compatível.


A dor de perder uma sobrinha com apenas quatro anos de idade se transformou no combustível de Josefa Schimit para encarar uma luta incansável. À frente da ONG Você Consegue, ela compartilha informações para estimular as doações de medula óssea. Só na conversa e com a ajuda de voluntários, ela já conseguiu mobilizar 300 pessoas em apenas um dia. Agora, a batalha é contra a Portaria nº 844/2012, do Ministério da Saúde, que limita o número de testes de material genético dos doadores voluntários no Brasil.

O tema foi apresentado na tribuna da Assembleia Legislativa do Paraná na sessão plenária desta segunda-feira (7), por proposição do deputado Marcio Pauliki (PDT), que vai reunir entidades para tentar acabar com a limitação. “Estaremos reunindo a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e outras autoridades para que a gente possa, pelo menos no Paraná, entrar com uma liminar para acabar com esse limite de testes. Isso é inconstitucional, justamente porque fere o direito à saúde, o direito à vida das pessoas. Ele coloca limite a um procedimento que é a única forma de encontrar um doador compatível”.

Por determinação do Ministério da Saúde, só podem ser realizados no país pouco mais de 267 mil testes genéticos para identificar a possível compatibilidade entre doadores e pacientes. Em Curitiba, por exemplo, isso representa 200 testes por mês. Já na região de Ponta Grossa são apenas 100 exames. “Eu já falei com deputados federais, já entreguei uma carta ao ministro, já pedalei até São Paulo, já fiz greve de fome para que a gente consiga derrubar essa portaria. Então, estar aqui, ser convidada para usar o espaço na Assembleia Legislativa e falar diretamente com os deputados é um grande passo que eu estou dando para que essa portaria seja derrubada, para que as pessoas possam fazer o cadastro e para que mais vidas sejam salvas”, ressaltou Josefa, ao agradecer a oportunidade.

A chance de encontrar um doador compatível é de uma em 100 mil nos casos mais simples e pode chegar a uma em 1 milhão em situações mais complexas. Por isso, a importância de acabar com o limite no número de testes e de estimular o cadastro de novos doadores.

História de lutas – Há 20 anos, uma sobrinha de Josefa morreu vítima de leucemia, sem conseguir encontrar um doador compatível. Dez anos depois, a doação de medula óssea voltou a ser assunto na vida de Josefa, durante uma aula no curso de técnica em radiologia. “Uma professora de anatomia explicou os procedimentos e naquele dia eu compreendi que a leucemia não mata, embora minha sobrinha e muitos amigos eu tenha perdido para a leucemia. O que mata mais é a falta de informação e se você tem informação e não faz nada para ajudar o próximo. O que mata é a falta de solidariedade”, lembra Josefa.

Para ser um doador de medula óssea basta procurar uma unidade da Rede Hemepar, presente em 22 cidades do estado. O voluntário precisa preencher uma ficha com informações pessoais e assinar um termo de consentimento. Uma pequena quantidade de sangue é retirada para análise. Os dados ficam armazenados no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea, que comunica os voluntários em caso de compatibilidade.

 

 

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