Buscar no Portal ALEP
Filtrar resultados

Assembleia debate prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama em audiência do Outubro Rosa

Encontro foi promovido pela deputada Cantora Mara Lima (Republicanos), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher.

Audiência ocorreu no Plenarinho da Assembleia Legislativa na manhã desta segunda-feira (6).
Audiência ocorreu no Plenarinho da Assembleia Legislativa na manhã desta segunda-feira (6). Créditos: Valdir Amaral/Alep

A importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, bem como o desafio de iniciar o tratamento em um curto período de tempo, foram os principais temas debatidos na audiência pública “Outubro Rosa: Haverá Sinais”, realizada no Plenarinho da Assembleia Legislativa. Proposta pela deputada Cantora Mara Lima (Republicanos), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, a audiência contou com a participação de médicos especializados no tratamento oncológico e representantes de instituições que apoiam as pacientes ao longo do tratamento.

“Estou emocionada de ver que, a cada dia, temos mais ações. Realizamos mais uma audiência pública para poder trazer esse alerta à mulher: faça seus exames, procure um médico, valorize a sua vida, porque sua família agradece. É um alerta para chamar a atenção, trazendo especialistas com vasto conhecimento na saúde da mulher. Falamos aqui sobre a importância da prevenção antes de qualquer coisa, mas também de como lidar após receber o diagnóstico do câncer”, explicou a deputada.

Ela também destacou a importância dos profissionais que lidam diariamente com o atendimento e o acolhimento das pacientes oncológicas. “São eles que trazem suporte a essas mulheres muitas vezes fragilizadas pela doença e pelo próprio tratamento. Ações como essa, que acontecem há 15 anos, trazendo esse alerta às mulheres paranaenses, estão entre os principais objetivos da Comissão da Mulher e da Assembleia Legislativa”, complementou.

Diagnóstico precoce

Uma das palestrantes convidadas foi a Dra. Priscila Morosini, cirurgiã oncológica do Centro de Oncologia do Paraná e presidente da ONG Por Minhas Mamas, que tem como objetivo estimular mudanças de hábitos nas mulheres, quebrar tabus relacionados ao câncer de mama e oferecer assistência à população carente por meio de atendimento e informação.

“Em primeiro lugar, é importante ressaltar que qualquer mulher está predisposta a ter câncer de mama, desde a juventude até a idade avançada. Eu sempre digo que basta ser mulher para ter esse risco. Quando falamos sobre sinais, é uma forma de trazer à tona essa discussão sobre a presença deles nos exames de rotina e de rastreio, porque esse seria o cenário ideal. Mas sabemos também que cada vez mais há diagnósticos em mulheres jovens, fora da idade recomendada para rastreamento. Atualmente, no Brasil, cerca de 25% a 30% dos diagnósticos de câncer de mama são de mulheres com menos de 40 anos, faixa etária para a qual não há indicação de mamografia. Por isso, podemos ampliar essa ideia, destacando a importância de a mulher conhecer o seu corpo e estar atenta a eventuais mudanças, sinais que podem ser uma forma de o corpo estar ‘gritando’ por atenção. Assim, é possível ter um diagnóstico mais precoce”, explicou.

A médica afirmou que a manutenção de bons hábitos, como alimentação saudável e prática regular de exercícios, reduz em até 40% os riscos da doença. Ela também defendeu a realização de campanhas educativas para que os exames preventivos cheguem a maior parte da população.

“Para termos um combate mais eficaz ao câncer de mama, a meta é que a mamografia atenda pelo menos 70% das mulheres. Aqui na Região Sul esse índice é de aproximadamente 30%. Assim, apesar dos números já considerados bons no Paraná, ainda temos muito trabalho para atingir essa meta. Temos a obrigação de promover saúde e nunca foi tão importante distinguir o que é ciência e o que é ruído. A tecnologia, quando bem usada, é uma grande aliada. Nossa missão é que toda mulher tenha acesso aos exames e receba informação clara e correta”, concluiu.

Chances

A Dra. Larissa Maria Macedo Lopes, oncologista clínica, membro do Corpo Clínico do Hospital Erasto Gaertner e diretora-geral da Liga Paranaense de Combate ao Câncer, também destacou a importância do diagnóstico precoce.

“Somos um hospital líder em ensino e pesquisa e não podemos ficar de fora de um debate como esse, sobre a importância de garantir acesso ao diagnóstico e ao tratamento mais rápido dessas pacientes. Temos esse compromisso com o Estado e com a sociedade. O câncer tem cura, principalmente se diagnosticado nos estágios iniciais. Esse é o nosso trabalho: diagnosticar precocemente, adotar medidas de prevenção e de combate a essa doença, que pode sim ser curada”, afirmou.

Ela ressaltou que o câncer de mama é o segundo em incidência entre as mulheres (atrás apenas do melanoma), com cerca de 3,6 mil casos anuais no Paraná, e destacou o desafio de garantir o cumprimento da lei que assegura o início do tratamento em até 60 dias após o diagnóstico.

Testemunhos

Um dos momentos mais marcantes da audiência foi o depoimento de Sandra Prado, coordenadora-geral da Casa da Mulher Brasileira, que compartilhou sua experiência pessoal no enfrentamento ao câncer de mama. Ela relatou sua trajetória desde o diagnóstico até o fim do tratamento, incluindo algumas intercorrências, e destacou a importância de ouvir os sinais do corpo.

“É muito importante este debate, trazer para a Assembleia essa audiência. Eu sou paciente oncológica, fui acometida por um câncer de mama em 2021 e estou atualmente em remissão. A prevenção é tudo, não podemos nos descuidar. Há vida depois do câncer, mas quando não fazemos prevenção, precisamos enfrentar a doença. Não vamos esperar o enfrentamento, vamos nos prevenir e realizar exames periódicos. Aconselho que ninguém faça como eu fiz, que cheguei já em estágio mais avançado e fui submetida a um tratamento muito mais invasivo. Isso aconteceu porque, durante a pandemia da covid, eu tive medo de fazer exames e só descobri o câncer mais de um ano depois dos primeiros sinais. Mas estou aqui, estou bem, trabalhando e podendo deixar esse recado importante para as mulheres”, contou.

A audiência pública também contou com a participação do deputado Alexandre Amaro (Republicanos); da Dra. Maria Cristina Figueroa Magalhães, oncologista especializada no cuidado da mulher e representante do Instituto de Inovação e Ensino em Saúde (Intes); do Dr. Jacyr Leal, ginecologista obstetra e escritor, membro do Conselho Regional de Medicina do Paraná; da desembargadora Ana Lúcia Lourenço, corregedora do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR); e da diretora de Políticas Públicas para Mulheres da Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), Mariana de Sousa Machado Neris.

15 anos

No Paraná, a campanha Outubro Rosa foi instituída pela Lei 16.935/2011, de autoria da deputada estadual Mara Lima.

“Criamos a lei do Outubro Rosa no Paraná para que a prevenção e o cuidado com a saúde da mulher se tornassem uma política permanente. O diagnóstico precoce salva vidas, e cada mulher precisa ter acesso à informação, aos exames e a um tratamento digno”, destacou a deputada.

Neste ano, a campanha Outubro Rosa está sendo ampliada com o Paraná Rosa. A Carreta Saúde da Mulher, com consultórios itinerantes, já está em circulação. Até o fim do ano, ela atenderá a demanda de 48 cidades, garantindo exames gratuitos e diagnóstico precoce para milhares de mulheres.

Ao final da audiência, a deputada Mara Lima apresentou a proposta da criação do Selo Empresa Amiga da Mulher e do Outubro Rosa, que será concedido às empresas que apoiam a prevenção ao câncer de mama.

Assembleia Legislativa do Estado do Paraná © 2019 | Desenvolvido pela Diretoria de Comunicação