Biodiesel: País Não Pode Perder o Bonde da História, Diz Greca

04/10/2005 15h24 | por Vanderlei Rebelo
Para Editoria de PolíticaDistribuído em 04/10/2005Jornalista: Vanderlei RebeloBIODIESEL: PAÍS NÃO PODE PERDERO BONDE DA HISTÓRIA, DIZ GRECAO deputado Rafael Greca (PMDB) vai representar a Assembléia Legislativa na Conferência sobre Biodiesel, que será realizada no Rio de Janeiro dias 6 e 7 de outubro. Greca – que é engenheiro – informou que o encontro vai discutir novas tecnologias de produção do biodiesel a partir do aproveitamento de residuais de óleo de gordura de cozinha, doméstica ou industrial, hoje lançados nos sistemas de água e esgotos das cidades.Partidário entusiasta de um programa paranaense de biodisel – cuja criação ele defende através de projeto de lei apresentado na Assembléia –, Greca propõe a adoção de medidas vigorosas de estímulo a esta nova alternativa de energia, tendo em conta que as opções tradicionais estão em vias de extinção. Ele acredita que o Brasil, por suas características, deve assumir a vanguarda na geração de energias renováveis, entre as quais se destaca o biodiesel. “Um estudo estratégico do governo japonês analisou que o poder das nações, em face das demais, varia na proporção em que detém as melhores fontes de energia. Hoje em dia, o Japão importa 99,8% do petróleo que consome. Os Estados Unidos sabem que o importante não é ter reservas de petróleo, é ter o domínio sobre as reservas de petróleo. Com o poder do petróleo, os EUA tem definido quem pode crescer, quem não pode crescer”, lembra Greca. As reservas de petróleo, assinala o parlamentar, caminham para a escassez, “mesmo as das plataformas submarinas, que o governo Lula vergonhosamente leiloou, em agosto de 2004. O petróleo no Brasil é denso. Seria preciso, e patriótico, ampliar as refinarias brasileiras para petróleo pesado. Nós refinamos petróleo estrangeiro e exportamos petróleo brasileiro. Nossas refinarias não são para o nosso petróleo, por incrível elo de dependência. Engenheiros experientes alertam: fazer refinarias de petróleo agora é perigoso. Não dará tempo para pagá-las. É uma temeridade estratégica construir uma refinaria de petróleo hoje. Mesmo assim, vão ampliar a refinaria de Araucária, em 100%, dobra-la de tamanho, e o lucro será só de 20%”, Greca afirma. Greca citou as palavras do professor Bautista Vidal, durante encontro científico na Inglaterra, de que o Brasil, energeticamente auto-sustentável, com seu pró-álcool de sucesso, poderia ser uma nova Arábia Saudita. Vidal vê futuro para o Brasil, com o fim da era dos combustíveis fósseis. “A extensão continental, os trópicos inundados de sol, credenciam o Brasil a ser produtor, não só de álcool, mas de biocombustíveis. Como o biodiesel de mamona, soja, girassol ”.“O engenheiro Vidal ainda não conhece o biodiesel paranaense, de bagaço e palha de cana-de-açúcar, idéia que prospera na fábrica Raudi, em São Carlos do Ivaí. Nem a idéia de produção de biodiesel a partir da reciclagem de óleo de cozinha usado, objeto de proposta da NSD-Consultoria, dentro do programa Energia Verde, já apresentado pela Copel”, comentou o deputado. Citando o engenheiro italiano Nedo Zecca, Greca informou que os EUA preparam um ambicioso programa de biomassa, “mais ambicioso que o protocolo de Kyoto”, cujo texto não foi endossado pelo governo americano. “Hoje, os EUA produzem 11 milhões de toneladas de biomassa de milho. Para se ter uma idéia de comparação, o Brasil produz 14 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Os norte-americanos já fazem biodiesel, já geram energia, de madeira, dendê, o chamado “palm oil”, mamona, cana-de-açúcar e, pasmem, de algas marinhas”. “O futuro chama-se biocombustíveis, o futuro falará de bioquímica. As universidades canadenses e norte-americanas estão mudando as engenharias”, alerta o deputado, chamando atenção para a necessidade de o Brasil avançar, caso contrário perderá o bonde da história, mais uma vez. “Não é possível que continuemos na contramão da história”, ele adverte.“Devemos temer pela engenharia do futuro do Brasil. Imersos num projeto de apenas pagar a dívida externa, de “fazer a lição de casa”, como diz o Meirelles, estamos nos esquecendo de nós mesmos, enquanto Nação, enquanto projeto coletivo. É preciso desconfiar quando os norte-americanos elogiam o Brasil: é sinal que estamos a cada dia mais servis”, afirma.

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