É hora de combater as doenças que levam à cegueira Especialistas falaram hoje na Assembleia sobre a importância dos cuidados com a saúde dos olhos, tema da campanha “Abril Marrom”.

08/04/2019 17h28 | por Trajano Budola
Durante a sessão foi destacado o papel pioneiro do Hospital dos Olhos do Paraná, com a entrega de menções honrosas aos seus fundadores.

Durante a sessão foi destacado o papel pioneiro do Hospital dos Olhos do Paraná, com a entrega de menções honrosas aos seus fundadores.Créditos: Orlando Kissner/ALEP.

Durante a sessão foi destacado o papel pioneiro do Hospital dos Olhos do Paraná, com a entrega de menções honrosas aos seus fundadores.

Os cuidados com a visão e a prevenção à cegueira foram lembrados na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), durante a sessão plenária desta segunda-feira (8), com a apresentação da campanha “Abril Marrom”, um mês de atividades dedicadas ao diagnóstico de doenças que atingem principalmente a população mais idosa. Proposta pelo deputado Dr. Batista (PMN), a iniciativa tem uma lei estadual específica (nº 19.097/2017), fruto de projeto elaborado com o hoje deputado federal Schiavinato (PP), e alerta que a descoberta precoce dos sintomas vai garantir a saúde dos olhos.

“As pessoas querem detectar as suas doenças e se elas forem apontadas em fase inicial até mesmo um câncer no olho pode ser curado totalmente”, explica o deputado Batista, destacando que o “Abril Marrom” é uma parceria entre o estado com a sociedade organizada. Dentro da programação foi destacado o papel pioneiro do Hospital dos Olhos do Paraná, com a entrega de menções honrosas aos seus fundadores, os oftalmologistas Dr. Carlos Moreira e Dra. Saly Moreira, que deram início as atividades da instituição há 43 anos.

Receberam homenagens da Casa também os médicos Carlos Augusto Moreira Jr, Hamilton Moreira e Luciane Moreira, oftalmologistas do corpo técnico do hospital. Para a Dr. Luciane, diretora-geral do Hospital de Olhos do Paraná, a campanha “Abril Marrom” traz avanços no processo de conscientização sobre os cuidados com a visão. “Quanto mais disseminamos a ideia de exames periódicos de oftalmologia, mais chance de diagnosticar e estabilizar a doença e quanto mais cedo for detectada, maior a chance de barrar a evolução dela”, explicou.

De acordo com o fundador do hospital de referência, Dr. Carlos Moreira, as doenças da visão são muito sérias e trazem muitos transtornos para quem as tem. “Qualquer detalhe se transforma em um grande problema. Por isso é importante buscar a ajuda profissional o quanto antes”, alertou. Segundo a Dra. Saly Moreira, Curitiba é referência na profilaxia com colaboração do hospital, que mantem o curso básico de oftalmologia, instituído há 20 anos. “O primeiro banco de olhos foi criado em parceria com a Faculdade Evangélica. Foi muito difícil explicar às pessoas a importância da doação de córneas”, afirmou.

Acuidade – Como parte da programação do “Abril Marrom”, foram ofertados gratuitamente no Espaço Cultural da Alep exames de acuidade visual para perto e longe, com a supervisão de profissionais do Hospital de Olhos do Paraná. A ação integra os cuidados básicos para prevenir doenças mais graves, como a catarata; o glaucoma; a degeneração macular relacionada à idade; e a retinopatia diabética. De acordo com o oftalmologista residente, Ariel Said, as investigações que buscam os históricos familiares e hábitos de vida, traumas e cirurgias, podem identificar predisposições para doenças tratáveis. “Se algo nos chamar atenção, chamamos os pacientes para a correção”, explicou.

A servidora Valciria da Silva Oliveira foi uma das pessoas  atendidas pela equipe do Hospital de Olhos do Paraná. Para ela, é importante procurar a prevenção, mesmo que seja apenas uma alteração no grau dos óculos para leitura. “Já faz alguns anos que fiz uma consulta e meus óculos já estão defasados. Prevenir é sempre importante”, afirmou. Já para Pedro Dias, que também aproveitou a ocasião para fazer exames com os especialistas, protelar as consultas por falta de tempo é muito comum. “Ter esta chance fazer os exames fora do consultório é muito bom, já tive pterígio (crescimento benigno de tecido na córnea do olho) e fui operado nos dois olhos. Prevenir é muito importante, o cuidado com a visão não pode faltar”, contou.

Prevenção – Estudos demonstraram que a cada cinco segundos uma pessoa fica cega no mundo, e que até 2020 o número de pessoas com algum tipo de deficiência visual tende a dobrar. Essas informações da Agência Internacional para Prevenção da Cegueira (IAPB na sigla em inglês), que traçam um cenário preocupante foram apresentados na Assembleia Legislativa, pelo ex-deputado estadual José Carlos Schiavinato (hoje deputado federal) em 2017, quando foi votado e aprovado o projeto de lei que institui o “Abril Marrom”.

A proposição, transformada na Lei nº 19.097/2017, definiu que Paraná passaria a contar com um mês todo dedicado à prevenção e ao combate à cegueira. Essa legislação tem como objetivo conscientizar a população paranaense sobre a importância da prevenção de doenças que podem levar a cegueira. Segundo a Lei, o estado, em parceria com a iniciativa privada e com entidades civis, realizará campanhas de esclarecimento, exames e ações educativas e preventivas em prol da saúde ocular.

Saúde pública – “Inegavelmente essa é uma questão de saúde pública. O que procuramos promover com essa lei é uma maior conscientização em relação a saúde dos olhos, já que muitos casos são mais facilmente resolvidos se prevenidos e detectados precocemente, na velhice isso significa uma maior qualidade de vida”, afirmou Schiavinato durante os debates do projeto. Na ocasião, ele citou ainda dados do IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2010, que apontam que 3,5% da população possui algum tipo de deficiência visual declarada, atingindo 6,5 milhões de pessoas. Outros 29 milhões de pessoas disseram possuir alguma dificuldade permanente para enxergar, ainda que usando óculos ou lentes.

Lembrou que a OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta que, se houvesse um número maior de ações efetivas de prevenção e tratamento, 80% dos casos de cegueira poderiam ser evitados. Ainda segundo a OMS cerca de 40 milhões a 45 milhões de pessoas no mundo são cegas; os outros 135 milhões sofrem limitações severas de visão. Glaucoma, retinopatia diabética, atrofia do nervo ótico, retinose pigmentar e degeneração macular relacionada à idade (DMRI) são as principais causas da cegueira na população adulta. Entre as crianças, as principais causas são glaucoma congênito, retinopatia da prematuridade e toxoplasmose ocular congênita.

 

 

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