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Em ofício, deputado Goura (PDT) propõe criação do “Museu da Memória da Ditadura no Paraná Teresa Urban” junto ao MIS-PR

Museu da Imagem e do Som (MIS/PR).
Museu da Imagem e do Som (MIS/PR). Créditos: Divulgação

O deputado estadual Goura (PDT) enviou o ofício (nº 193/2025) ao governador Ratinho Junior propondo a criação do Museu da Memória da Ditadura no Paraná Teresa Urban junto ao Museu da Imagem e do Som (MIS/PR), preservando a antiga prisão do local e instituindo espaço educativo dedicado às vítimas e aos que resistiram à Ditadura Civil-Militar (1964–1985).

"Nosso objetivo, ao propor a criação do Museu da Memória da Ditadura Teresa Urban junto ao MIS-PR, na antiga prisão, é guardar e expor os registros do período, promover ações educativas, homenagear as vítimas e fortalecer a democracia no Paraná", explica o deputado Goura.

O deputado destaca que o Paraná possui marcas significativas do período da Ditadura Civil-Militar (1964–1985) e que preservar esse patrimônio histórico-cultural é dever público de memória e justiça.

Teresa Urban

Ele explica que a escolha da jornalista e militante Teresa Urban para dar nome ao Museu da Memória da Ditadura é uma justa homenagem à memória da repressão enfrentada por inúmeros paranaenses.

“A Teresa Urban é reconhecida nacionalmente pela defesa dos direitos humanos, do meio ambiente, da democracia e da liberdade de imprensa e foi presa justamente naquele mesmo prédio que por anos serviu de prisão de custódia das forças de segurança pública do Paraná”, relembra Goura.

O parlamentar diz que o Paraná e Curitiba foram palco de prisões, torturas e perseguições que precisam ser lembradas não apenas como denúncia, mas também como fundamento da democracia e da cultura dos direitos humanos.

“Estamos convictos de que a criação deste museu será um marco de reconhecimento histórico e de compromisso do Paraná com a verdade, a memória e a justiça”, alerta Goura.

Espaço educativo e cultural

Para o filho Gunther Furtado, a jornalista Teresa Urban gostaria de um lugar que promovesse ações educativas e culturais para estudantes, pesquisadores e a sociedade em geral.

"Ninguém foi dono da cabeça da Dona Teresa enquanto ela viveu, mas acho que ela gostaria da ideia. É importante resgatar o que ela falava sobre aqueles que nunca tiveram o seu 'Nunca Mais'", destaca Gunther, referindo-se ao projeto Brasil Nunca Mais (BNM).

O BNM identificou e denunciou, a partir de pesquisa feita entre 1979 e 1985, os torturadores do regime militar e desvelou as perseguições, os assassinatos, os desaparecimentos e as torturas praticados nas delegacias, unidades militares e locais clandestinos mantidos pelo aparelho repressivo no Brasil.

Comitê estadual

No ofício encaminhado ao governador, o deputado sugere consultar o CEMVEJ (Comitê Estadual de Memória, Verdade e Justiça do Paraná), para pedir um parecer técnico sobre a proposta.

“Queremos que o comitê, por sua importância e relevância, avalie o sentido histórico, as diretrizes de conteúdo e possíveis recomendações”, explica Goura. “Nosso objetivo é a salvaguarda da antiga carceragem, proceder com ética no tratamento às vítimas e alinhar a proposta às políticas de direitos humanos.”

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