O Governo do Estado reafirmou, nesta terça-feira (10), que não concorda com o aumento nas tarifas de transporte coletivo da Região Metropolitana de Curitiba, proposto pela Urbs. “A Prefeitura de Curitiba tem que apresentar dados consistentes para que possamos avaliar a necessidade ou não de um reajuste. Enquanto a Urbs não expor com clareza as razões do aumento, ele não vai acontecer”, disse o secretário de Assuntos da Região Metropolitana, Edson Strapasson.Segundo o secretário, a Urbs encaminhou à Secretaria uma planilha sintética, sem demonstrar, por exemplo, os preços unitários dos componentes. “Estamos aguardando que a Urbs encaminhe a planilha com a composição de todos os custos e seus respectivos impactos na tarifa para avaliar a necessidade do reajuste”, disse ele.Strapasson afirmou ainda que, numa época de recessão, qualquer aumento gera um impacto negativo para o trabalhador e reduz o volume de passageiros. “A Prefeitura deveria reduzir a gorda margem de lucro das empresas em benefício dos usuários do transporte coletivo”.Strapasson lembrou, ainda, a divergência ocorrida entre a Comec e a Urbs no ano passado. “Ficamos quatro meses praticando tarifas diferenciadas em 2003. Na época, a Comec discordou dos cálculos da Urbs e não aceitou o aumento”, disse ele, lembrando que nem por isso o sistema foi desintegrado ou vítima de uma crise que afetasse a população.Prazo - Sobre as declarações do prefeito de Curitiba, que em nota oficial pediu um pronunciamento da Comec até a próxima quinta-feira, a assessoria do Governo estranhou a pressa da Prefeitura para aumentar a tarifa de ônibus da capital. O interesse do Governo é de que a tarifa seja sempre suportável ao bolso do trabalhador.A assessoria salientou ainda, que o prefeito de Curitiba não tem nada que dar prazo ao Governo do Estado e que, quanto a tarifa da Região Metropolitana, está aguardando esclarecimentos técnicos da Urbs sobre a tarifa integrada.A assessoria do Governo também lamenta que o grande prejudicado com o aumento da tarifa de ônibus na capital vai ser mais uma vez o usuário, que está sendo joguete de um mal armado teatro político. Na subida e descida da tarifa de Curitiba não existe a preocupação dos trabalhadores. O que se vê é um vice-prefeito tentando tirar proveito da situação.Reunião - Uma reunião entre os prefeitos, Secretaria de Assuntos da Região Metropolitana e Comec, está marcada para esta quarta-feira (11), na sede da Secretaria. “Vamos receber os prefeitos e debater a necessidade do aumento. O Governo somente autoriza o aumento se for realmente, e em última hipótese, demonstrado que as empresas não tem como manter o custo operacional do sistema. Para isso, é preciso que a Urbs apresente a fórmula de composição de custos das tarifas”, salientou Strapasson. “Os prefeitos precisam decidir se querem defender as empresas ou o usuário do transporte coletivo”, finalizou o secretário.