Município no Norte do Paraná investiu na industrialização nas décadas de 1960 e 1970 e se transformou num dos principais pólos moveleiros do Brasil e da América LatinaA política de industrialização dos municípios é “o principal legado que Arapongas deixa para o Paraná e o Brasil”. A afirmação é do deputado Waldyr Pugliesi, presidente estadual e líder do PMDB na Assembléia Legislativa, em seu artigo semanal veiculado nesta sexta-feira (7) pelo diário Gazeta do Paraná.“A política de industrialização dos municípios, criada a partir de uma iniciativa da sociedade de Arapongas nos anos de 1960 e 1970, transformou a região Norte do Estado num dos principais pólos moveleiros do Brasil e de toda a América Latina”, informa Pugliesi. De acordo com o deputado, mesmo com todas as dificuldades e um governo com base na ditadura militar, foi possível criar o primeiro distrito industrial que tornou o município num dos principais pólos moveleiros do Brasil e da América Latina.Leia a seguir a íntegra do artigo do deputado Waldyr Pugliesi:INDUSTRIALIZAÇÃO: EXEMPLO QUE VEM DE ARAPONGAS(*) Waldyr Pugliesi Esta semana vou abordar um exemplo de Arapongas e que serviu e ainda hoje serve de modelo para a maioria dos municípios do Paraná. A política de industrialização dos municípios, criada a partir de uma iniciativa da sociedade de Arapongas nos anos de 1960 e 1970, transformou a região Norte do Estado num dos principais pólos moveleiros do Brasil e de toda a América Latina. Tenho uma profunda ligação com a criação desta política de industrialização. Comecei a abordar este tema ainda na Câmara de Vereadores, quando iniciei meu primeiro mandato parlamentar delegado pelo voto da população, em 1963. Logo depois veio o golpe militar e tivemos um prefeito que pertencia à Arena, o que dificultou de certa forma a instalação do primeiro Distrito Industrial de Arapongas. Nesta época não havia uma política de industrialização em cidades hoje consideradas pólos regionais como Ponta Grossa, Maringá e Londrina. Nós fomos os primeiros praticamente a caminharmos no sentido da industrialização. Lembro que na época argumentávamos que quem mandava no mundo eram as Nações industrializadas e quem praticamente mandava no Brasil era o Estado de São Paulo por causa do seu parque industrial. Daquelas discussões ficou comprovado que aquilo que valia para a Nação, também valia para o Estado e aquilo que valia para a Nação e o Estado, também valia para o município e caminhamos então nessa direção. Vale lembrar que Arapongas está no epicentro de uma região rica, cercada por 14 municípios entre os quais destaco Ibiporã, Londrina, Cambé, Paiçandu, Maringá, Sarandi e ao lado Apucarana, que é um entroncamento rodoviário, ferroviário e desembocadura, na época, de toda a produção agrícola do chamado Vale do Ivaí. Na realidade não tínhamos muita perspectiva de desenvolvimento. Lembro-me que o prefeito da época não batia na tecla da industrialização, que era defendida por mim e outros cidadãos araponguenses. E hoje, depois de passado todos esses anos, podemos dizer que defendíamos uma política de industrialização extremamente correta. Na época o município doava as áreas e isentava do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) todos aqueles que se inscreviam para receber essas terras. A prefeitura com seu maquinário fazia um trabalho de somatória com os empresários, muitos deles egressos dos sítios e das fazendas, para construir aquilo que idealizamos. Uma destas famílias pioneiras de Arapongas, que acreditou e teve um papel importante nesta empreitada, é a família Romera que recentemente perdeu três de seus integrantes de forma trágica numa queda de avião em Paranavaí. E foi graças a esta política de industrialização que a família Romera se tornou conhecida em todo o Brasil. Outro dia, por ocasião do sepultamento do João Romera, do Adriano e da sua esposa, milhares de pessoas estavam lá a lamentar esse triste acontecimento. E não eram apenas pessoas de Arapongas, mas de todas as regiões do Brasil. Hoje, analisando estes acontecimentos todos, vem a mente o processo de industrialização que tanto defendi nos nove anos de mandato de vereador e três vezes quando fui prefeito de Arapongas, como deputado federal constituinte, como deputado estadual e também na Secretaria Estadual dos Transportes. Acompanhei toda vida do meu município, mesmo quando fui taxado de inimigo do mercado e comunista. Na prática construímos uma parceria muito forte entre a Prefeitura, o Estado, o Poder Público e aqueles empresários. Lembro-me que muitos estão no parque industrial porque pessoalmente fui buscá-los, muitas vezes, ainda quando moravam em sítios, e os conclamava para irem ao parque industrial. E é este exemplo o principal legado que Arapongas deixa para o Paraná e o Brasil.(*) Waldyr Pugliesi é deputado estadual, líder do PMDB na Assembléia Legislativa e presidente do Diretório Estadual do PMDB.Assembléia Legislativa do ParanáLiderança do PMDBDeputado Waldyr Pugliesi