Romanelli Contesta Dados Incorretos Sobre Criminalidade Na Capital

18/03/2008 15h46 | por Zé Beto Maciel / Luiz Filho / Daniel Abreu / h2foz@hotmail.com - contato@luizromanelli.com.br - daniel@luizromanelli.com.br / 41 9648-1104 - 9241-2401
O líder do Governo na Assembléia Legislativa, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), contestou nesta segunda-feira (17) os números publicados pelo jornal Gazeta do Povo na edição de domingo sobre criminalidade em Curitiba e protestou contra a não publicação dos dados apresentados pela Secretaria da Segurança Pública do Paraná, não levando em conta o direito de resposta. “Até 2002 a Polícia Militar não tinha combustível. Os comandantes de Batalhão da Polícia Militar iam mendigar nas portas de Usina de açúcar e de álcool para pedir álcool emprestado para poder fazer funcionar as viaturas. Hoje nós temos viaturas novas, nós temos armamento e nós temos combustível, e temos pessoas que estão sendo contratadas”, disse Romanelli. Confira o pronunciamento na íntegra: Assembléia Legislativa do Paraná, segunda-feira, 17 de março de 2008. Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados; quero no horário da Liderança do Governo utilizar aquilo que deveria ser feito se nós pudéssemos ter veículos de comunicação que estabelecessem o contraditório. Porque lamentavelmente, como V.Exªs. viram na edição de domingo (16) do prestigioso e poderoso rotativo jornal Gazeta do Povo, publicou uma manchete estarrecedora. Dizendo que na cidade de Curitiba havia dobrado o número de homicídios em relação ao mesmo período do ano passado. São inverídicas as informações que foram dadas pelo jornal Gazeta do Povo. A Gazeta divulgou números errados da criminalidade e não divulgou um direito de resposta. Porque o Secretário de Segurança Pública ainda ontem encaminhou, depois de ter conversado com a redação do jornal, uma nota ao jornal Gazeta do Povo. E lamentavelmente, na edição desta segunda-feira não foi publicado o manifesto ou a nota que a Secretaria de Segurança Pública havia emitido. Portanto, quero dizer a V. Exªs. que não vou ler a íntegra da nota, mas quero esclarecer o que interessa mesmo, que é o conteúdo. Os dados da Delegacia de Homicídios registraram 142 assassinatos, entre 1º de janeiro a 12 de março de 2008. É um número elevado. Ao todo foram 70 homicídios em janeiro, 50 em fevereiro e 22 até o dia 12 de março. Os dados mostram que em todo o ano passado foram 589 homicídios. Média de 1,6 por dia. Neste ano, foram 142. Media de 1,9 assassinatos por dia na capital paranaense. Na verdade há uma interpretação errada quando se utilizam os dados do IML. É sabido por todos que o IML estabelece apenas a causa da morte: ferimento por arma de fogo, arma branca, estrangulamento, entre outros. Não determina sua tipificação legal: homicídio, suicídio, etc. Um exemplo foi o que aconteceu na cidade de Colombo. Eu não vou ler o nome das pessoas, mas uma pessoa, ontem, numa briga de vizinhos, assassinou a vizinha e o filho dela, de 15 anos, e depois se matou, cometeu suicídio. As mortes destas três pessoas no laudo do próprio IML estão como “ferimento por arma de fogo”. Não determina, efetivamente, qual a causa, a tipificação penal. E aí, os relatórios vão para o desvirtuamento. Vou dar outro exemplo: semana passada houve em Curitiba uma chuva forte. Cinco pessoas morreram, por conta de uma enxurrada. Questão, aliás, que deveria ser melhor esclarecida, como cinco pessoas, quatro num mesmo automóvel e uma outra em outro local podem morrer por uma causa como essa. Não acompanhei a matéria, mas vi as mortes. Não sei como consta lá no boletim do IML a causa morte dessas pessoas. Podemos fazer duas coisas: primeiro descobrir como as pessoas morreram, por causa de uma chuva forte. Não ouvi nenhum questionamento porque que aconteceu isso. E a segunda é saber como estão registradas essas mortes violentas. Como elas vão alimentar essas estatísticas. O fato é que temos números. Ouvi aqui o Líder da Oposição, num discurso com críticas veementes, falar: “ Dá saudade de Curitiba!”. Não consigo ter saudade quando vi, por exemplo, aqui nesta Casa o Chefe de Polícia sair foragido, porque iria ser preso, numa reunião da CPI do Narcotráfico. Não consigo ter saudade de uma época em que as delegacias eram leiloadas, porque pagavam-se luvas. Esse é um tempo que não existe mais na Segurança Pública do Estado do Paraná. Não há leilão de delegacias, não há chefes de polícia foragidos. Há pessoas íntegras, profissionais competentes na Polícia Civil, na Polícia Militar e no comando da Secretaria de Segurança Pública um promotor que se desligou do cargo para continuar exercendo o cargo de Secretário de Segurança Pública como uma pessoa honrada. Semanalmente, uma articulação que se denomina – Mãos Limpas – realizada no Palácio e dirigida pelo Governador Roberto Requião. Reúnem todo sistema penal, os diversos organismos numa ação integral para combater crimes. Inclusive, o crime que existe dentro da própria Polícia. Pode-se fazer propaganda de tudo, mas os dados oficiais são os seguintes, números de homicídios em Curitiba : 2005 – 625; 2006 – 599; 2007 – 589. Essa é a séria histórica dos últimos três anos, decrescente. Já discutimos aqui as causas e a profundidade do tema que envolve a nossa sociedade. Olha, hoje mesmo vamos votar um projeto que cria mais vagas para o IML. Mas não posso deixar de registrar que, só em 2007, o Governo abriu 700 novas vagas na Polícia Militar. Para a Polícia Civil 592, 44 novos delegados; 300 investigadores; 70 escrivães; 128 peritos. E na Polícia Científica tem 14 novos médicos legistas, 5 químicos legais, 5 toxicologista, 8 peritos criminais e 3 auxiliares de necropsia. Isso referente ao que está em execução. O fato é que temos uma atuação integrada, articulada. Um governo que está investindo. Vossas Excelências sabem o que acontecia até 2002. A Polícia Militar não tinha combustível. Os comandantes de Batalhão da Polícia Militar iam mendigar nas portas de Usina de açúcar e de álcool para pedir álcool emprestado para poder fazer funcionar as viaturas. Essa que é a realidade. Hoje nós temos viaturas novas, nós temos coletes a prova de bala, nós temos armamento e nós temos combustível, e temos pessoas que estão sendo contratadas; e não tem mais delegacia sendo leiloada, ao contrário, nós temos polícia que trabalha de forma articulada. Eu sei que o tema emociona as pessoas, eu sei que o tema que envolve segurança pública é um tema complexo, mas nós não podemos ser levianos de fazer discursos, o fato concreto é o seguinte: nós temos que reconhecer o seguinte, as influências nefastas de maus políticos na segurança pública nos levaram a ter rigor, extremo rigor de ter técnicos, de ter profissionais na área de segurança pública. Essa segurança pública tem que ser executada por quem conhece esse tema, com muita responsabilidade. E nós temos uma Polícia Militar competente, uma Polícia Civil cada vez melhor, e nós temos um Estado onde que nós temos que ter cada vez mais um pacto pela segurança com parceria com a sociedade civil organizada, e cada um tem que fazer a sua parte. E essa Casa eu entendo que pode e deve participar desse debate de forma responsável e construtora de diálogo, é deste forma que nós podemos mudar. Agora, nós temos que desmentir as estatísticas que são mentirosas.

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