O líder do Governo na Assembléia, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), relembrou neste domingo (25) os 25 anos de lutas do governador Roberto Requião em favor do Paraná. “As três eleições para governador vencidas por Requião demonstram que a população reafirmou, de forma muito objetiva, qual política foi escolhida pelos paranaenses. Uma política descompromissada com grandes capitais, voltada para os interesses sociais”, disse. Segundo Romanelli, Requião foi o político divisor de águas na política paranaense. “Governo é para quem precisa. Governo não é para os poderosos, para os ricos, para a elite, para o deleite daqueles que gostam de exercer o poder pelo prazer que o poder pode proporcionar. Por isso o Requião sempre foi esse rompedor. Ele significou a ruptura do modelo tradicional de fazer política”. O deputado resgatou a atuação do governador quando ele ainda era advogado das associações de moradores de Curitiba e lutava pela anistia plena no Brasil, depois do fim da ditadura, no início da década de 80. “Conheci Requião ainda como advogado das associações de moradores que iniciavam a sua constituição e organização para poder buscar e reivindicar as melhorias principalmente para aquela população excluída de Curitiba”. “Requião lutou no comitê brasileiro pela anistia. É esse Requião que na transição da extinção do MDB, quando a ditadura já não suportava mais, mudou o nome do seu partido, a Arena, e resolveu extinguir o MDB para desarticular a oposição”. Para Romanelli foi fundamental a constituição do PMDB para que Requião, no novo partido que nascia, conseguisse articular organicamente o movimento popular de Curitiba e da região metropolitana. DIRETAS JÁ - Romanelli destacou a primeira eleição para deputado estadual de Requião quando foi eleito por Curitiba com mais de 33 mil votos. “Na primeira eleição de deputado estadual, veio um grande movimento, os das Diretas Já. Sem perder é claro sua característica de ser um combatente, a favor da liberdade, Requião abriu as portas de seu gabinete na Assembléia Legislativa para realizarmos as primeiras reuniões para os primeiros movimentos a favor das campanhas Diretas Já no Paraná”. “Foi uma luta muito dura, em que nós perdemos a emenda Dante de Oliveira, que garantia a eleição direta para presidente. Mas ganhou o povo porque fomos ao colégio eleitoral elegemos o Tancredo Neves pela redemocratização e pela extinção do entulho autoritário”. Na opinião de Romanelli, a mais importante vitória foi na próxima eleição disputada por Requião para prefeito de Curitiba em 1985. “Foi um divisor de águas. Foi quando se escolheu de forma clara e objetiva o que Curitiba queria. A escolha era entre um prefeito que fosse trabalhar a favor do povo, nos bairros, nos movimentos sociais. Um prefeito que trabalhasse apoiando uma mudança de entendimento do que e para que serve uma cidade. Aquela eleição foi de fato um divisor de águas, mais uma vez com a derrota do grupo do Jaime Lerner.” SEIS MANDATOS - Dois mandatos parlamentares e quatro mandatos no executivo deram a Requião, segundo o Romanelli, uma trajetória de vida fantástica. “Todos aqueles que com Requião partilharam ao longo dessa vida a oportunidade de militar em um partido democrático popular e nacionalista. O neoliberalismo está no fim e hoje existe o reconhecimento que a sociedade tem que ser uma sociedade plural, mas marcada fundamentalmente por um modelo de sociedade de inclusão social de combate às políticas neoliberais”. Romanelli disse que o Brasil merece ter alguém que possa guiá-lo a partir de uma perspectiva ampla, mas principalmente voltado aos movimentos sociais. “Temos um novo caminho a ser percorrido. Mas temos que reconhecer os 25 anos de vida pública do governador, os passos que o Requião seguiu, por onde ele caminhou e trilhou. Requião nunca trilhou esse caminho sozinho. Trilhou sempre com essa militância maravilhosa do PMDB, dos movimentos sociais e de outros partidos que também acreditam na coragem para mudar e na competência para fazer”.