Créditos: Marcelo Lancia
A Assembleia Legislativa homenageou nesta sexta-feira (19), cerca de 60 comunidades que contribuíram com a religião e cultura afro-brasileira no Paraná. As homenagens foram feitas durante a sessão solene “Orirerê - Cabeças Iluminadas”, no Plenário da Casa. Neste sábado (20), é comemorado o Dia Nacional da Consciência Negra. O deputado Luiz Eduardo Cheida (PMDB) propôs a homenagem devido a constante luta da comunidade para se inserir na sociedade brasileira. “É impossível pensar no país sem citar a comunidade afro. Ela sofreu e ainda sofre a exclusão sócio-cultural por causa do regime escravocrata”. Cheida acredita que eventos, como o realizado pela Assembleia, ajudam a disseminar a tolerância na população. “A discriminação passa a ser do indivíduo e não da sociedade, quando começamos a divulgar certos costumes”. Dois participantes da sessão relataram essa dificuldade de integração. Glauco Souza Lobo, presidente do Grupo de Trabalho Clóvis Moura, lembra que até o final do século passado as casas de religião de origem africana, como as de umbanda e candomblé, eram equiparadas às casas de prostituição no momento de tirar o alvará de funcionamento nas delegacias. “A Assembleia, ao abrir as portas para eventos como esse, cumpre seu papel de tirar a invisibilidade da religiosidade da comunidade negra”, diz Souza Lobo. A sacerdotisa de umbanda e integrante de conselho diretor da Associação Inter-Religiosa de Educação (Assintec), Isabel Cristina Gonçalves, contou que sua casa foi pichada devido aos trabalhos religiosos feitos no local. “A intolerância ainda existe. Nós queremos ser respeitados. Precisamos de liberdade religiosa e leis específicas para isso”. Ela sugeriu a criação de uma delegacia especial para tratar de assuntos relacionados à discriminação religiosa. No final da sessão, os participantes se reuniram em um grande círculo no Plenário. Ao som de atabaques, realizaram uma cerimônia em homenagem as entidades religiosas afro-brasileiras.
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