20/06/2012 15h28 | por Sandra C. Pacheco
Reunião da CE do Museu de Vila Velha.Créditos: Nani Gois/Alep
A Comissão Especial criada na Assembleia Legislativa para discutir questões relacionadas ao Museu de Geologia e Paleontologia do Parque Estadual de Vila Velha, na região dos Campos Gerais, reuniu-se na manhã desta quarta-feira (20) para ouvir o diretor-presidente da Fundação João Bigarella (Funabi), Glaucon Horrocks; Máxime Barrault de Mesquita, da mesma entidade; a coordenadora do Patrimônio da Secretaria de Estado da Cultura, Rosina Parchen; e o representante da ECOPARANÁ, Rafael Andreguetto.
Horrochs expôs a posição da fundação, que é a de viabilizar um espaço para guarda e exposição do importante acervo de Bigarella, seja sob o conceito de museu, seja como um centro avançado de estudos geológicos, totalmente aberta a parcerias com o meio acadêmico ou mesmo a iniciativa privada, e sem a ambição de assumir a gestão do empreendimento. “A fundação quer ser conselheira no processo de concretização e manutenção do espaço”, explicou.
Entraves – Rosina Parchen, que representava o secretário de Cultura Paulino Viapiana, disse que o projeto para a construção do museu da forma como foi concebido não tramitou pela Secretaria de Cultura de forma devida. No início das discussões, uma proposta chegou ao Conselho do Patrimônio, dando origem à formação de uma comissão técnica que se reuniu uma única vez. Ainda assim, a comissão sugeriu reformulações porque a ideia inicial não se adequaria ao local pretendido.
Ainda assim, as obras foram iniciadas pela Secretaria de Obras Públicas, enquanto a Coordenação do Patrimônio recebeu apenas uma comunicação informal dos fatos. Uma vistoria recente comprovou a inadequação do espaço ao fim pretendido. Andreguetto informou que a ECOPARANÁ, como gestora de parte da área que constitui o parque de Vila Velha, tem acompanhado as reuniões e tem grande interesse em ver a situação resolvida. Alertou que uma mudança para centro de estudos avançados deve incluir nos debates a Secretaria de Ciência e Tecnologia, além das secretarias de Turismo, de meio Ambiente e o Instituto Ambiental do Paraná – IAP.
Num ponto os debatedores convidados concordaram: os maiores entraves à implantação do museu decorrem de erros no encaminhamento processual do projeto, que consumiu até agora R$ 3 milhões em recursos públicos, com parte amealhada por intermédio da Lei Rouanet.
Ao fim dos depoimentos, os deputados Edson Praczyk (PRB), presidente da comissão, Péricles de Mello (PT), relator, Marcelo Rangel (PPS) e Jonas Guimarães (PMDB), concluíram que não há conflito de interesses quanto à importância da implantação do museu e as vantagens que isso traria para a região dos Campos Gerais e para o Paraná, mas há sim uma série de equívocos técnicos, de solução bastante complexa. Sugeriram estender as discussões, envolvendo representantes da comunidade de Ponta Grossa, da universidade local, de setores públicos e até privados que possam contribuir com sugestões.
Aventou-se até mesmo a possibilidade de mudança do local, ideia que preocupa a fundação em função dos recursos já investidos na obra. A Funabi solicitou o apoio da comissão e da Assembléia para requerer ao Ministério da Cultura a suspensão dos prazos para a implantação do projeto, uma vez que ela, sozinha, não tem meios de remover os obstáculos jurídicos e burocráticos que se apresentam.
A comissão volta a se reunir nos próximos dias e pretende agendar a presença da professora Jasmine de Oliveira, da Universidade Estadual de Ponta Grossa, de representantes da comunidade local, da Secretaria de Ciência e Tecnologia, da Secretaria de Obras Públicas, e do próprio professor João Bigarella, na busca de uma solução para o caso. Também vai solicitar uma avaliação técnica da secretaria de Obras sobre as dependências já construídas no Parque de Vila Velha.