O anúncio de focos de aftosa no Paraná foi precipitado e gerou prejuízos de milhões de reais aos pecuaristas do Estado. De acordo com o deputado Valdir Rossoni (PSDB), a situação foi criada por despreparo das autoridades. “O secretário Pessuti se precipitou em falar de focos aftosa para a imprensa, antes de ter qualquer resultado de exame em mãos. Agora já existe um laudo, muito embora o ministério da Agricultura considere inconclusivo, mas ele aponta que o Estado está livre da doença”, comentou Rossoni.Para o deputado, que abordou o assunto em pronunciamento ontem, a situação desencadeou uma crise. “O Estado está parado. Os produtores de leite estão irrigando a lavoura com leite, os frigoríficos não podem produzir e ninguém toma providências”, criticou o parlamentar tucano, que disse ter alertado o secretário de Agricultura para que ele tivesse mais cuidado ao falar sobre o assunto. “Acho que é o momento do secretário Pessuti vir a público, explicar em cima do que ele se firmou para declarar nos meios de comunicação que existiam focos de aftosa no Paraná”, cobrou Rossoni, que disse não ter dúvida de que pecuaristas, associações entrarão na Justiça contra o governo do Paraná.ArrogânciaEle cobrou também mais agilidade do governo para amenizar os efeitos da suspeita sobre a economia do Paraná, buscando o relaxamento das barreiras com os estados brasileiros, como é o caso de São Paulo, um dos maiores compradores de leite do Paraná. Para o deputado José Domingos Scarpellini (PSB), “o governo do Paraná, na sua arrogância, não teve a capacidade de marcar uma audiência com o governo de São Paulo e resolver esta questão.” Nesta situação, disse Scarpellini, quem está arcando com os prejuízos são os produtores, que jogam fora 500 mil litros de leite por dia. “Fala-se em entrar na Justiça, mas o governador não paga nem precatório das viúvas do Ipê, vai pagar indenização de leite?”, duvida Scarpellini.Ao encerrar seu pronunciamento, o deputado Valdir Rossoni, disse que seria bom que o secretário Pessuti voltasse a Assembléia para dar mais explicações. “O Ministério da Agricultura está se enrolando para dizer que o Paraná está livre de aftosa, muito embora exista um laudo atestando que o Estado não tem a doença. Foi criado um problema sobre uma coisa que não existe e o governo tem o dever de apontar uma saída”, cobrou.
