04/11/2008 15h19 | por Carlos Reiss / (41) 9925-4221 / carlosreiss@gmail.com
O deputado estadual Cleiton Kielse (PMDB) defendeu, nesta terça-feira (04) em entrevista ao vivo no Jornal Mercosul, do Canal 21 de Curitiba, a coincidência de mandatos entre presidente, governadores, senadores, deputados, prefeitos e vereadores. Segundo Kielse, a unificação de mandatos beneficiaria as prefeituras, gerando economicidade e aumentando o reforço do orçamento para os municípios. "A cada dois anos, as máquinas param. Por isso, o sincronismo é fundamental para que os projetos sempre casem com as necessidades dos prefeitos. O país já não suporta mais essa perda de tempo e de dinheiro", ressaltou. Kielse reiterou que o sistema eleitoral gera uma matemática negativa para as administrações municipais e diagnosticou, com base na viabilidade econômica, a necessidade da coincidência dos mandatos. "Numa eleição nacional, o gasto total incluindo logística, tribunais, software, transporte, segurança, deslocamento e transferência de recursos é de aproximadamente R$ 3 bilhões, dinheiro que poderia ser gasto em educação, saúde e melhorias de infra-estrutura dos municípios. A economia sofre revezes a cada dois anos e o sincronismo nos dará uma segurança contábil e financeira", detalhou. As discussões para uma proposta de emenda constitucional (PEC) que estenda os mandatos do presidente Lula, dos governadores, dos deputados e dos senadores até 2012 já se iniciou em Brasília. Kielse quer trazer o debate para a Assembléia Legislativa e levantar os pontos positivos da mudança política. "Desejo que seja prorrogado, pois conheço a realidade das Prefeituras. Sou um deputado municipalista, estou dentro do sistema e sei o que acontece no dia-a-dia dos prefeitos", reiterou. "A proposta, aliás, é unanimidade entre os prefeitos. Não por merecimento, mas por necessidade, devemos mudar a Constituição", completou Kielse. O parlamentar demonstrou ainda como as eleições bianuais provocam prejuízo para as prefeituras. "Existe um hiato de tempo prejudicial aos prefeitos. Hoje, ele gasta entre 6 meses e um ano para sincronizar suas máquinas com os projetos estaduais e federais, além da paralisação da assinatura de convênios e novos repasses em ano de eleições. Não existe prefeito no Brasil, mesmo com reeleição, que não perca pelo menos 2 anos de repasses por causa desse processo eleitoral", explicou Kielse. Se a proposta for aprovada, as eleições majoritárias e proporcionais seriam realizadas ao mesmo tempo, de cinco em cinco anos, a partir de 2012. Eleitores Questionado se as eleições conjuntas, de presidente a vereador, não trariam confusão aos eleitores na hora de votar, Kielse não só discordou como ressaltou a evolução cívica do eleitor brasileiro. "Nosso eleitor é muito esclarecido. Poderíamos falar em confusão há 15 ou 20 anos, quando o processo era mais primitivo e os eleitores precisavam escrever os nomes dos candidatos nas cédulas. Hoje, tudo funciona de forma digital, on-line e apenas com números. Não vejo nenhum problema e nada de excepcional", opinou. Segundo Kielse, a realização das eleições majoritárias e proporcionais simultaneamente é também um desejo da população. "Não podemos parar o país durante oito meses a cada dois anos. Queremos responsabilidade com a aplicação de recursos e respeitabilidade do erário público", destacou. O parlamentar acredita ainda na possibilidade de mudanças já para 2010. "Tudo depende dos senadores e deputados federais, mas acredito nas mudanças, até porque as eleições no Paraná começariam já em Novembro de 2009, com o fechamento das contas do governo Requião", explicou. Para o deputado, o sentimento é que os eleitores e os prefeitos são reféns do sistema. "Com as mudanças, o ciclo política mudaria significativamente e, para o país, seria excelente. A sucessão e as eleições têm que ter a mesma data. Começou com um governador, terminou com o governador. Começou com um presidente, terminou com o presidente", concluiu.