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Deputados visitam Argentina para conhecer locais de extração do Xisto

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(Descrição do áudio))

Na próxima semana,  uma comitiva de deputados estaduais deixa o Paraná rumo à Argentina com uma missão: visitar o Senado do país vizinho e propriedades rurais para conhecer o impacto que o Fracking já causou por lá. O Fracking ou fraturamento hidráulico,  é uma tecnologia utilizada para extração do gás de Xisto, que pode er transformado em combustível, asfalto, além de poder ser usado na fabricação de solventes. Mas  os ambientalistas garantem: ele  é altamente poluente e  provoca a contaminação do ar, da água e do solo, eliminando a biodiversidade e impedindo o desenvolvimento agrícola dos locais atingidos.  O  processo consiste em uma fórmula contendo mais de 600 componentes químicos (alguns deles radioativos) que são injetados no subsolo para fazer o metano se desprender.  Antes da injeção desse coquetel químico são realizadas violentas explosões no subsolo para quebrar as rochas mais duras. Nesta terça (27), pela  manhã, o deputado Rasca Rodrigues (PV), que preside a Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembleia, se reuniu com representantes da Coalizão Não Fracking Brasil (Coesus), que organizou a visita dos parlamentares à Argentina. Rasca apresentou um projeto de Lei na Casa  que proíbe o uso do fraturamento hidráulico, mas enquanto ele ainda está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o deputado quer conhecer mais do funcionamento do  processo, que ele já sabe: custa mais barato que o convencional.

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De acordo com a Coesus, mesmo diante dos perigos, o governo brasileiro insiste em adotar o Fracking  como alternativa energética. Em 2013, por exemplo, a Agência Nacional de Petróleo e Gás Natural (ANP) leiloou blocos para a extração do Xisto e agora em 2015 pretende fazer novos leilões. No Paraná,  ainda em 2013, seriam 122 as cidades  atingidas pela possibilidade de exploração deste gás. Mas uma Ação Civil Pública, do  Ministério Público Federal paranaense e de diversos outros estados, onde foram demonstrados os perigos da extração,  impediu o leilão.  A partir daí, mais de 200 vereadores se mostraram contrários à exploração e dezenas de prefeituras fizeram legislações municipais que proíbem o Fracking, como Foz do Iguaçu, cascavel e Toledo.     Por isso, a importância de uma lei estadual.  O engenheiro Juliano Bueno de Araújo, que fundou e coordena a Coesus, diz que a  Argentina já utiliza a tecnologia há muitos anos e hoje o país não consegue mais exportar frutas e vinhos, por exemplo,  para a União Europeia, em função da contaminação da água e do solo das plantações.   Ele propõe, que, para o Brasil não ter prejuízos como os do país vizinho, a  única solução seria  proibir por aqui o uso da tecnologia, chamada de não convencional.

(sonora)

Juliano também alertou que no Paraná as regiões que mais sofreriam com a extração do Xisto seriam o Noroeste, Sudoeste e Oeste, já que têm na agroindústria a maior riqueza. È por isso que os deputados Schiavinatto (PP), Fernando Scanavaca (PDT) e Márcio Nunes (PSC), que representam essas regiões na Assembleia  também irão à Argentina. Márcio Nunes diz que, como produtor rural., a preocupação aumenta, mas nada como ver in loco os impactos que a extração já causou.

(sonora)

A vigem à Argentina é no próximo domingo e deve durar uma semana. De Curitiba, Cláudia Ribeiro. 

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