As empresas de ônibus intermunicipais que operam no Litoral (Graciosa e Marumbi) terão que apresentar uma solução para o transporte de pranchas em suas linhas metropolitanas. É o que ficou definido em reunião, nesta terça-feira (22), no Departamento de Estradas e Rodagem (DER), que ficará responsável por regulamentar a Lei 17.956/14, que obriga as empresas a reservarem no mínimo 5% da sua frota com bagageiros apropriados para os equipamentos.
A reunião foi agendada pelos deputados Rasca Rodrigues (PV) e Pastor Edson Praczyk (PRB), autores do projeto que deu origem à Lei, para cobrarem a sua regulamentação, já que a Lei está em vigor há dois meses e as empresas ainda não tomaram providências a respeito. Também participaram da reunião o presidente da Associação dos Surfistas de Paranaguá (Aspar), Aílton Moreira; o surfista profissional Alessandro 'Puga' Gaspar e o diretor-geral do DER, Nelson Leal Junior.
As empresas Graciosa e Marumbi, que são do mesmo proprietário, serão convocadas para um reunião conjunta na primeira semana de maio, segundo Leal Junior. “Queremos que a Lei seja cumprida. Agora vamos sentar com as empresas, que alegam que falta essa regulamentação do DER e esperamos que isso coloque em prática a Lei. Caso não resolva, iremos ao Ministério Público”, afirmou o deputado Rasca.
Para Rasca, a reunião com as empresas pode encontrar um caminho que atenda aos interesses tanto dos surfistas quanto das empresas. “Vão ser discutidas particularidades, ou seja, não apenas a Lei em si, que será a base. A expectativa é que pelo menos as empresas possam elaborar um projeto-piloto para atender a demanda dos esportistas”, declarou Rasca.
Já a Aspar ficou encarregada de levar seus projetos de adaptação dos ônibus para apresentar às empresas. “Antes de 2000, o transporte das pranchas era permitido. No mesmo ano foi baixado um decreto (1821/2000), que até hoje é usado pelas empresas para proibir o transporte dos equipamentos. Eu me tornei surfista levando minhas pranchas no ônibus”, contou Puga.
Segundo o presidente da Aspar, Aílton Moreira, quem ganha com a regulamentação da Lei é o Litoral. “Os produtos ligados ao surfe geram mais de 100 empregos diretos no Litoral e colocam mais de R$ 7 milhões na economia da região. Então não são apenas os surfistas que ganharão com o maior número de esportistas nas nossas praias”.
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