O deputado Plauto Miró Guimarães, líder do PFL na Assembléia Legislativa, ressaltou nesta sexta-feira (20) os últimos resultados do levantamento realizado pela Cooperativa Batavo por meio da Fundação ABC para Assistência e Divulgação Técnica Agropecuária. De acordo com o estudo elaborado, cerca de 205 proprietários rurais da região dos Campos Gerais serão prejudicados com a criação de dois parques de preservação e um refúgio de vida silvestre.“Isso mostra que as entidades federais e o próprio governo estadual apresentam números que não condizem com a realidade. Não serão apenas 40 desapropriações como andam falando e, sim, mais de 200 proprietários rurais. Há que se levar em conta ainda, que dezenas de pequenos agricultores ainda não comunicaram suas perdas a Fundação”, disse Plauto Miró, lembrando que a criação dessas áreas de conservação ambiental também prejudica mineradores de talco e de calcário, além de produtores de pínus. “Estima-se que milhares de funcionários perderão seus empregos no campo”, acrescentou Guimarães.“Volto a afirmar que sou a favor da preservação, mas não podemos permitir que centenas de pequenos produtores rurais, a maioria de grãos, sejam desalojados das suas terras por uma medida arbitrária do governo federal e apoiada pelo governo estadual. Essa gente vai ser expulsa do seu pedaço de terra e não terá como sobreviver, pois há anos tiram seu sustento da própria produção”, ressaltou o deputado. De acordo com Guimarães, a perda mais significativa está na projeção do prejuízo econômico feita pela Cooperativa Batavo e a Associação Comercial e Industrial de Ponta Grossa. “Só em grãos – soja, milho, trigo e feijão -, a região dos Campos Gerais terá uma perda de R$ 60 milhões ao ano, já que as áreas de preservação vão impedir a produção desses grãos”, ponderou Plauto. “Já na área de pecuária, com o gado de corte, suínos, aves e leite, são mais R$ 44 milhões de perda. Ou seja, teremos uma perda de mais de R$ 100 milhões por ano”, advertiu o deputado, lembrando que também há perdas consideráveis na exploração de minérios e de madeira reflorestada.Para o Guimarães isso só ocorreu porque o Ministério do Meio Ambiente e o IBAMA não souberam demarcar as áreas das unidades de conservação, deixando as áreas produtivas, de agricultura e pecuária dentro dos parques, sem diferenciar as áreas de preservação das araucárias, da peroba, da imbuia e outras tantas madeiras nativas, além dos mananciais de abastecimento das cidades da região.“É inadmissível que o governo federal queira impor uma situação dessas aos produtores e cidades dos Campos Gerais, sem discutir com a comunidade da região e os proprietários como seriam criados os parques. Se isso continuar, esses produtores vão engrossar o Movimento Sem Terra ou vão engrossar o cinturão de pobreza das grandes cidades”, afirmou Plauto Guimarães.UNIDADES - A criação dessas três áreas de preservação abrange uma área estimada de aproximadamente 70 mil hectares, sendo 21 mil hectares para o Parque Nacional dos Campos Gerais, entre os municípios de Castro, Ponta Grossa e Carambeí, e outros 16 mil hectares para a Reserva Biológica na região de Teixeira Soares, Imbituva e Ipiranga, além de outros 31 mil hectares para o Refúgio da Vida Silvestre do Rio Tibagi, localizado entre as cidades de Teixeira Soares, Imbituva, Ipiranga, Ponta Grossa e Palmeira.BOX - RESUMO DAS PERDASGrãos – Atividade Econômica – R$ 1.000PARQUES/RESERVAS...SOJA...MILHO...TRIGO...FEIJÃO...GERALParque Nacional C. Gerais...9.300...6.552...3.640...3.870...23.362Reserva Biológica...5.120...3.510...1.400...630...10.560Refúgio Silvestre...14.754...8.703...3.080...387...26.294TOTAL...29.174...18.135...8.120...4.887...60.316Pecuária – Atividade Econômica – R$ 1.000PARQUES/RESERVAS...LEITE...GADO CORTE...SUÍNOS...AVES...GERALParque Nacional C. Gerais...6.000...3.276...6.000...7.087...22.363Reserva Biológica...1.800...13.200...2.000...0...17.000Refúgio Silvestre...3.000...935...1.000...0...4.936TOTAL...10.800...17.411...9.000...7.087...44.299Observação: O estudo apresentado não leva em consideração as perdas apresentadas pela perda de exploração de talco e calcário, além da madeira reflorestada – “pínus”.