Frente Parlamentar em Apoio e Defesa ao Paradesporto é lançada na Assembleia Paratletas e representantes do Governo participaram da reunião que discutiu propostas que vão contribuir para a inclusão das pessoas com deficiência no esporte.

14/08/2019 17h07 | por Nádia Fontana
Paratletas e representantes do Governo participaram do lançamento da Frente Parlamentar em Apoio e Defesa ao Paradesporto.

Paratletas e representantes do Governo participaram do lançamento da Frente Parlamentar em Apoio e Defesa ao Paradesporto.Créditos: Kleyton Presidente/Alep

Paratletas e representantes do Governo participaram do lançamento da Frente Parlamentar em Apoio e Defesa ao Paradesporto.

O esporte é uma grande oportunidade para a inclusão e o desenvolvimento de pessoas com deficiência, contribuindo para o exercício pleno da cidadania. Esse fato foi destacado pelo deputado Subtenente Everton (PSL), durante o lançamento oficial da Frente Parlamentar em Apoio e Defesa ao Paradesporto, que aconteceu na manhã desta quarta-feira (14), na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep).

“Há uma grande limitação de recursos para esse segmento. Esses atletas são praticamente invisíveis para a sociedade”, frisou o parlamentar, que é o coordenador do grupo de trabalho, na reunião que contou com as presenças de representntes do Governo e atletas do paradesporto. Segundo Junior Ongaro, presidente da Associação dos Deficientes Físicos do Paraná (ADFP), o melhor meio de ressocialização do deficiente físico realmente é o esporte. “A partir desse momento ele começa a evoluir na fisioterapia, faz uma nova rede de amigos, encontra novas perspectivas”, comentou.

Ongaro disse que no estado cerca de 10,7% dos mais de 11 milhões de paranaenses apresentam algum tipo de deficiência. Desse total, 2,3% são deficientes físicos. Isto significa que 200 mil paranaenses precisam de apoio e recursos para ter a oportunidade de praticar um esporte, observou o presidente da ADFP. “Mas estamos falando somente dos deficientes físicos. O percentual da população que apresenta algum tipo deficiência é de 10,7%”, alertou. Observou que os percentuais citados diferem dos divulgados pelo IBGE porque os critérios da instituição são mais complexos, utilizando parâmetros mais específicos. Ele fez questão ainda de manifestar sua satisfação por participar desse momento. “Estamos acreditando que vamos avançar”, disse. A ADFP, que funciona em Curitiba, oferece serviços na área de reabilitação através da fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia, mercado de trabalho, educação e esporte.

“Precisamos trabalhar para dar voz e vez a quem não tem oportunidade”, declarou o deputado Alexandre Amaro (PRB), eleito vice-coordenador da Frente Parlamentar. De acordo com Amaro, todos os esforços serão feitos para buscar recursos, que vão fazer a diferença para esses atletas que precisam de bolas especiais e de cadeiras de rodas específicas para a prática das diferentes modalidades esportivas: “Estamos à disposição para lutar, para fazer a diferença em nosso estado”.

O professor Antônio Carlos Dourado, do Instituto Paranaense de Ciência do Esporte/IPCE, que representou o governador Carlos Massa Ratinho Junior, discorreu sobre as ações e programas desenvolvidos pelo Poder Executivo. Ele informou que no ano passado o Governo do estado ofereceu 1.638 bolsas para atletas, sendo que 199 foram destinadas a paratletas. Dourado abordou ainda a importância dos Jogos Abertos Paradesportivos do Paraná (Parajaps), competição que em 2019 contou com a participação de aproximadamente 1.600 atletas representando 50 municípios. O Parajaps tem como função, propiciar o desenvolvimento integral do cidadão com deficiência como ser social, autônomo, democrático e participante. E, enalteceu a constituição da Frente Parlamentar, sublinhando o fato de que o Paraná contar com paratletas – que brilham aqui e em outros estados – e garantiu que o Governo está sensível à necessidade de investimentos na área.

“Queremos agradecer aos deputados por acreditarem neste projeto, em nossos atletas”, declarou Carlos Kamarowski, vice-presidente da Associação brasileira de Rugby em cadeira de rodas. Para reforçar a importância do trabalho da Frente, ele citou que inúmeros paratletas paranaenses vão representar o Brasil em diversas modalidades durantes os Jogos Parapan-Americanos, no Peru, que serão disputados de 23 de agosto a 1º de setembro.

Durante a reunião o deputado Subtenente Everton falou sobre a visita que integrantes da Frente realizaram em julho ao Centro de Treinamento do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), localizado em São Paulo. “Ali tive a oportunidade de conferir a estrutura oferecida aos paratletas”, frisou, enaltecendo a qualidade dos equipamentos e da infraestrutura. O trabalho desenvolvido pelo Comitê Brasileiro tem a finalidade de “ser referência mundial na gestão e desenvolvimento do esporte paralímpico promovendo a inclusão de pessoas com deficiência em todas as suas dimensões”.

Inclusão social – A Frente Parlamentar em Apoio e Defesa ao Paradesporto acaba de ser constituída na Assembleia Legislativa. A formação desse grupo de trabalho é decorrente de uma iniciativa do deputado Subtenente Everton (PSL), vice-presidente da Comissão de Esportes, e contou com o apoio de diversos outros parlamentares. Ela tem a finalidade de discutir e defender, bem como, apresentar propostas legislativas que contribuam para o desenvolvimento e promoção do esporte, em todas as suas áreas, para as pessoas com deficiência. “Vejo o esporte como uma grande ferramenta de transformação e inclusão social”, afirmou o Subtenente Everton ao propor a criação do grupo de trabalho.

Participaram também do lançamento da Frente Parlamentar o coordenador de esportes Cristiano Barros Homem d’El Rei, representante da Secretaria de Estado do Esporte e do Turismo; Quelen Silveira Coden, representando a Secretaria da Justiça, Família e Trabalho; representantes de diversas outras áreas do Poder Executivo, de associações e federações desportivas.

Barreiras – De acordo com a Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência  da Organização das Nações Unidas (ONU/2006), “as pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual (mental), ou sensorial (visão e audição) os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas”.

Já os dados do IBGE (Censo 2010) mostram que, no Brasil, 23,9% da população declarou possuir pelo menos um tipo de deficiência. No estado do Paraná, com população aproximada de 11,3 milhões de habitantes, as pessoas com deficiência representam 21,8% da população total.

Origem – O paradesporto, modalidade esportiva com regras adaptadas a pessoas com deficiência, surgiu após a Segunda Guerra Mundial. Uma competição esportiva envolvendo veteranos de guerra com lesão na medula espinhal, realizada em 1948, na Inglaterra, e organizada pelo neurologista Ludwig Guttman marca o início da história do paradesporto. A realização dos jogos coincidiu com a disputa, em Londres, da XIV Olimpíada, demonstrando o desejo de seu idealizador de que um dia as pessoas com deficiência tivessem a sua Olímpiada.

Quatro anos mais tarde, competidores da Holanda uniram-se aos jogos e, assim, nasceu um movimento internacional. Este fez com que jogos no estilo olímpico, para atletas deficientes, fossem organizados pela primeira vez em Roma, em 1960.

No Brasil só se teve conhecimento do paradesporto em 1958. Desde então os atletas vêm lutando para conseguir conquistar seus espaços. Atletas que participam dos esportes paralímpicos são agrupados em categorias, que se baseiam no tipo de deficiência de cada indivíduo.

Formação – De acordo com o Ato do Presidente nº 12/2019, publicado no Dário Oficial do Legislativo, além do Subtenente Everton e do deputado Alexandre Amaro, integram o grupo de trabalho os seguintes deputados: Delegado Francischini (PSL), Plauto Miró (DEM), Mauro Moraes (PSD), Luiz Fernando Guerra (PSL), Boca Aberta Junior (PROS), Marcel Micheletto (PR), Paulo Litro (PSDB), Dr. Batista (PMN), Artagão Junior (PSB) e Do Carmo (PSL). As atividades desse movimento serão regulamentadas pelas disposições da Resolução n° 17, de 14 de dezembro de 2016.

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