Os deputados da Oposição cobraram, nesta terça-feira (03), providências do governo estadual para a área de segurança pública.Na última segunda-feira, o líder da Oposição, deputado Élio Rusch (DEM) já havia alertado para a omissão em relação ao tema no discurso do governador Requião, na abertura dos trabalhos legislativos. Rusch destacou a gravidade da situação no Oeste do Estado, especialmente quanto à falta de fiscalização e policiamento nas fronteiras. “O Brasil e principalmente o Paraná não produz armas e nem planta drogas. Esses crimes ocorridos nas cidades de fronteira do país foram motivados pelo crime organizado que coordena o contrabando de drogas e armamentos”, disse. “O crime organizado se instalou na região Oeste do estado e os governos Federal e Estadual não fazem nada para impedir a ação desses bandidos. A região oeste precisa de um tratamento diferenciado das autoridades”, cobrou.Rusch lembrou ainda que quando foi anunciada a construção do presídio federal de Catanduvas no estado, vários deputados alertaram para o problema que se instalaria no Paraná. “Esse presídio serve de depósito para criminosos de alta periculosidade. Junto com esses presos aconteceu a instalação das facções no estado e aumentaram consideravelmente os crimes hediondos”.Rusch citou a chacina de Guaíra em que quinze pessoas foram mortas e outras oito ficaram feridas, além do recente assassinato de um homem e duas crianças em Marechal Cândido Rondon onde o principal suspeito é um policial militar. Patrulha RuralO líder do Democratas, deputado Plauto Miró Guimarães, relatou que policiais reivindicaram mais homens para o policiamento de áreas rurais, em reunião realizada em dezembro com a Sociedade Rural dos Campos Gerais, o Sindicato Rural de Ponta Grossa e representantes das polícias Militar e Rodoviária. “O efetivo está diminuindo e não adianta os representantes do governo dizerem que concursos estão sendo realizados ou policiais serão contratos. Eles esquecem que muitos policiais se aposentam ou deixam a corporação. Essas contratações mal servem para cobrir essas baixas. Tem que contratar muito mais”, alertou. “Faltam, por parte do Governo do Estado e do secretário de Segurança Pública, mais investimentos nas polícias.”Plauto Miró afirmou que a reunião serviu para confirmar a necessidade da Patrulha Rural. “Aumentou a quantidade de roubo a propriedades. Estão roubando equipamentos agrícolas, defensivos, além de vários assassinatos de moradores e proprietários. Lamentavelmente, o atual governador não deu incentivos para a manutenção da Patrulha Rural”.Guimarães cita ainda que em 2006 o então candidato à reeleição, Roberto Requião, prometeu que criaria a Patrulha Rural. “Não precisava criar, ou recriar e sim investir naquilo que já existia. Mas não, deixou acabar toda a estrutura e o caos se instalou no campo”, concluiu. Campo MourãoO deputado Douglas Fabrício (PPS) lamentou o fato de que no último ano mais de trinta pessoas foram assassinadas no município de Campo Mourão. “É uma cidade com 90 mil habitantes e tivemos o maior índice de assassinatos da história”.Fabrício espera que com a posse do novo comandante da Polícia Militar no município algo seja feito para coibir o alto índice de violência na região.“A estrutura da polícia na região é precária. Faltam mais de cem policiais para ter o mínimo necessário. Faltam viaturas. As delegacias e presídios estão superlotados. É tão caótica a situação que há suspeita de que mulheres estejam presas na mesma cela que homens”.O deputado aproveitou ainda para cobrar providências da Secretaria de Segurança Pública para a morte de três assassinatos de militantes do PPS e que até agora não foram elucidados.