“Nós temos que pensar na governabilidade dos futuros Governos em relação à ParanaPrevidência. Enquanto administrador, não se pode pensar na próxima eleição e sim na próxima geração”.O alerta foi feito pelo líder da Oposição, deputado Élio Rusch (DEM), que tem acompanhado de perto as contas da ParanaPrevidência (fundo previdenciário dos servidores estaduais) e se diz preocupado com o resultado desta análise. “O que já deu para constatar é que existe um déficit projetado no fundo previdenciário que chega a R$ 406 milhões e que poderá comprometer as contas da ParanaPrevidência”, atestou. O Fundo de Previdência é o que paga aposentados e inativos.Segundo o deputado, a projeção desse déficit tem aumentado ano a ano. “Entre dezembro de 2007 e julho de 2009 aumentou 309%. Nessa progressão, o fundo será gradativamente dilapidado”, advertiu. Em 2007 foi de R$ 131 milhões. No ano de 2008 chegou a R$ 245 milhões e até julho deste ano atingiu o valor de R$ 406 milhões. “A ParanaPrevidência foi criada com o objetivo de salvaguardar o direito dos funcionários que estão na ativa. Mas esse governo não tem se preocupado com a capitalização da ParanaPrevidência. Somente a dívida com as parcelas referente ao aporte que o governo deveria fazer chega a R$ 1,8 bilhão”. Essa dívida corresponde ao aporte atuarial, de responsabilidade do governo, ao fundo de previdência que foi dividido em 276 parcelas mensais e deveriam ser pagas a partir de maio de 2005. DoaçõesO grande número de doações de imóveis por parte do governo do Paraná a diversos municípios também foi citado pelo deputado Élio Rusch como mais um motivo para afetar o fundo de previdência dos servidores. Rusch lembrou que quando da criação da ParanaPrevidência ficou acordado que os imóveis do Estado seriam oferecidos ao instituto previdenciário para a composição dos fundos.“Somente em 2009 foram 65 doações aos municípios. Agora está doando tudo para os municípios. Se não está em uso pelo Estado, por que não capitalizar a ParanaPrevidência”, questionou.O deputado disse que em alguns casos o governador estaria fazendo benesse com o “chapéu alheio”.“Foram dez reversões de imóveis, ou seja, esses imóveis pertenciam aos municípios e foram doados ao governo. Como o Governo não usou, teve que devolver, mas diz para a população que está doando determinado terreno aos municípios”, afirmou. “Sei da importância que essas doações tem para os municípios. Não questiono a doação em si, mas a forma como está sendo feita. Por que doar tantos terrenos agora? Será que é por que estamos em véspera de eleição?”, indagou.Rusch sugeriu que, se houver novos projetos, que sejam encaminhados à Assembleia com as devidas explicações sobre a doação ou reversão.“Qual o objetivo do projeto? O porquê? De quem era o imóvel? São esclarecimentos que precisam ser feitos”, concluiu.