O deputado Élio Rusch (DEM), líder da Oposição na Assembleia, colocou em xeque as argumentações do governo de que a redução da alíquota do ICMS, em vigor desde o dia 1º de abril, promoveu a baixa nos preços de 95 mil itens de consumo popular. No mesmo projeto foi elevada em dois pontos percentuais a alíquota sobre energia elétrica, combustível, cigarros, bebidas alcoólicas e comunicação.“Na discussão deste projeto já alertamos que seria difícil ocorrer a diminuição nos preços. O objetivo do governo era o de engordar os cofres do Estado com a elevação da alíquota em produtos que correspondem a 60% do montante do ICMS e isso tem se efetivado. A arrecadação do imposto no primeiro semestre deste ano está, em média, 10% maior em relação ao ano passado”, disse.Rusch tem acompanhado os preços de diversos produtos desde o mês de dezembro e viu uma variação a maior no valor cobrado em muitos deles.“Os preços aumentaram e isso qualquer consumidor pode comprovar. O discurso do governo caiu no vazio”.O deputado citou alguns exemplos. Segundo os dados levantados, em dezembro de 2008 a caixa de gelatina em pó era vendida a R$ 0,48. Já em junho de 2009, o mesmo produto era comercializado a R$ 0,58. A mistura para bolo em dezembro era vendida por R$ 1,80 e em junho por R$ 2,25.Outro exemplo citado por Rusch é o shampoo, que em dezembro custava R$ 2,64 e em junho, R$ 3.69, um aumento de 40%. O sabonete também teve uma variação a maior no período. Vendido em dezembro por R$ 0,48 e em junho por R$ 0,87, teve um aumento de 81%.“São variações muito elevadas, além da inflação. O preocupante é que houve redução de alíquota do ICMS e os preços subiram assustadoramente”, relatou.Outro produto apontado por Rusch que teve uma variação acima da média é a dipirona que em dezembro era vendida por R$ 2,80 e em junho por R$ 10,36.“É uma elevação de 370%. Um absurdo. As farmácias fizeram propaganda de que haviam baixado os preços, mas enganaram a população. No mês de fevereiro muitos preços foram elevados e em abril eles sofreram uma redução, mas já em maio os preços voltaram a subir”, declarou.Rusch questionou a ausência de pesquisas realizadas pelos Procons e também pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).“Não vi ninguém se manifestar sobre a possível baixa nos preços. Curiosamente os órgãos de defesa do consumidor não se manifestam. Cabe a eles mostrar esses números à sociedade”, completou.