O grupo de trabalho, criado na ocasião da Audiência Pública que discutiu a sustentabilidade da Araucária, de iniciativa do mandato do deputado Elton Welter(PT), representado pelas entidades Ibama, Sema, IAP, MMA, SEAB, Ministério Público, FUPEF, UFPR, FETAEP, SPVS, SOS Mata Atlântica, IDS, APRE entre outros, encaminhou nesta terça-feira, 20, à Comissão de Ecologia e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa,as principais propostas para preservar a árvore símbolo do Paraná. As propostas sugeridas por técnicos, doutores da UFPR, representantes do Ibama, Fetaep e Fupef são a de criar um Fundo de Compensação para a preservação da Araucária, rever a legislação que protege a Araucária do Paraná, e principalmente aproximar o produtor através da exploração econômica da espécie. Ainda, criar um banco de dados sobre a Araucária, bem como um banco permanente de ideias; instituir a classificação do Pinhão; disponibilizar sementes de Araucária através de critérios pré-definidos por espécie, indivíduo, seleção, etc.; atualizar as informações sobre as florestas de Araucárias. De acordo com o pesquisador da UFPR, engenheiro agrônomo, Flavio Zanetti, o maior aliado para a sustentabilidade da araucária é permitir que haja uma alternativa de renda da propriedade através da exploração da espécie. “A população está interessada em explorar economicamente a araucária”. Para Marcelo Lubas da Fundação de Pesquisa Florestais do Paraná-Fupef,o produtor teme que plantando a araucária e não podendo mais cortar a árvore inviabilizará a sua propriedade. “As leis são um desestímulo ao produtor e precisam ser revistas. Temos que olhar o outro lado da moeda”. De acordo com o Atlas Remanescentes da Mata Atlântica, no Paraná uma área pouco maior que a cidade de Pinhais foi desflorestada entre 2005 e 2008. O levantamento, feito com base em imagens de satélite, em parceria entre a Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, aponta o Paraná como o quarto estado no ranking da devastação. Entre 2000 e 2005, foram 28 mil hectares derrubados.No período de 2005 a 2008, foram 10 mil. Por outro lado, o Paraná desmatou em três anos mais do que foi derrubado, na soma, nos estados de São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Goiás e Espírito Santo. De cada dez hectares de Mata Atlântica perdidos no Brasil, um foi em território paranaense. O presidente da Comissão de Meio Ambiente e Ecologia,deputado Luiz Eduardo Cheida(PMDB),disse que pretende encampar as propostas do grupo de trabalho para encaminha-las aos órgãos competentes. Para Welter, que coordena o grupo, formado por especialistas renomados, é essencial para buscar alternativas urgentes de conservação das florestas remanescentes de Araucária. “Também formas de recuperação imediata dos ambientes degradados, e acima de tudo, ampliar as áreas plantadas, com a retomada do reflorestamento com a árvore símbolo do Paraná”. Participaram ainda da reunião, a procuradora do Ibama,dr.Rita Pulner; Paulo Macedo da Fetaep; pedagoga Edite Faganello; doutoranda da UFPR em engenharia florestal, Paula Rachel Rabelo Correa Basilio e Ewerton Ferraz, representante do Ibama.