01/06/2007 14h24 | por Sonia Maschke / (41) 3350-4193
O líder da Oposição na Assembléia, deputado Valdir Rossoni (PSDB), denunciou nesta sexta-feira (1) a censura de jornais determinada pelo governo nas repartições do Palácio do Iguaçu e do Palácio das Araucárias – novo prédio da administração.De acordo com ele, uma ordem baixada pela Secretaria de Comunicação Social e pela Secretaria Especial de Imprensa estaria impedindo a circulação dentro dos gabinetes e setores públicos dos jornais “Gazeta do Povo”, “O Estado do Paraná”, “Tribuna do Paraná” e “Jornal do Estado”. O ato é uma medida arbitrária que atenta contra a liberdade de imprensa sob a justificativa de que os diários fariam críticas ao governo requianista.Rossoni relacionou o caso de censura aos jornais ao fechamento recente de uma rede de televisão privada pelo governo de Hugo Chávez, na Venezuela, e à tentativa do governo Lula de expulsar o correspondente do New York Times, Larry Rother, em 2004, por publicar reportagem relatando o gosto do presidente da República pela bebida.“Censura como a promovida hoje só encontra paralelo nos anos de chumbo da ditadura militar brasileira e nas republiquetas de banana”, afirmou Rossoni.Para o líder da oposição, o atentado à liberdade de expressão promovido pelo governo do Paraná contra quatro dos principais jornais da capital demonstra a face cruel e autoritária da administração Requião e prova que a democracia dos peemedebistas não é aquela concebida pelos gregos mas a mesma que viceja em ditaduras populistas da América Latina.O deputado ironizou declaração do líder do governo na Assembléia, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), que orientou a bancada aliada a votar contra moção de repúdio a Hugo Chávez, na segunda-feira, afirmando que como “democrata repudiava o voto de repúdio”. “Eu acho que o líder do governo deveria se informar melhor sobre o que anda acontecendo sob o seu teto. Pelo jeito democracia para ele é só a dos outros”.Rossoni disse ainda que pretende encaminhar, na próxima segunda-feira (4), um pedido ao presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus (DEM), para que a Casa providencie a assinatura dos jornais vetados pelo governo e, assim, não compactue com a censura à liberdade de expressão e de opinião garantida pela Carta Magna do país.De acordo com informações da própria Comunicação do governo, além da proibição da circulação dos jornais citados, o que inclui as assinaturas, as matérias contidas nas publicações também foram excluídas do clipping (resumo de notícias) distribuído nas principais repartições do Centro Cívico.