Péricles de Mello leva o "Gardel brasileiro" para o "Política e Viola" deste sábado (30) Programa da TV Assembleia é uma verdadeira aula sobre o tango vai ao ar às 21h30, com apresentação da dupla de sertanejos Willian e Renan.

27/04/2016 13h00 | por Diretoria de Comunicação
Programa “Política e Viola” com deputado Péricles de Mello (PT)

Programa “Política e Viola” com deputado Péricles de Mello (PT)Créditos: Pedro de Oliveira/Alep

Programa “Política e Viola” com deputado Péricles de Mello (PT)


Que o deputado Péricles de Mello (PT) é fã de poesia gauchesca, em especial de Martin Fierro, de José Hernandes, não é novidade. Volta e meia ele cita trechos do poema da tribuna da Assembleia Legislativa. A novidade, que foi revelada no programa “Política & Viola”, da TV Assembleia, apresentado pela dupla sertaneja Willian & Renan, é que Péricles é, ele próprio, um poeta e uma notável autoridade em tango. A atração vai ao ar neste sábado (30), às 21h30.

A música gauchesca, que se confunde, muitas vezes, com a da Argentina, faz parte da vida do deputado desde muito novo. Ele lembra que no começo esse relacionamento não foi bom. A família é toda de origem gaúcha, e os avós o faziam declamar poesia gauchesca para os amigos quando ele tinha apenas quatro anos de idade. Morria de vergonha. A vergonha passou e o cultivo pelo gênero ficou. Hoje ele declama com gosto.

O deputado apareceu no programa acompanhado de Aparício Konze, gaúcho de Caçapava, 90 anos, hoje morando em Ponta Grossa, que foi chamado por Willian, seu admirador, de “Gardel brasileiro”, numa referência ao grande gênio do tango, Carlos Gardel, e à perícia com que o brasileiro executa em seu bandoneon os tangos de Gardel, Piazzolla e outros grandes mestres argentinos. Péricles levou junto ainda outros amigos tangueiros. Magali Gomes, cantora, Natal, no violão, e Sérgio Souto.

Péricles não cantou, mas deu um curso sobre tango. Começou a partir de seu instrumento básico, o bandoneon, que surgiu na Alemanha, quando um pastor protestante queria levar a palavra divina aos paroquianos e desejava ter um instrumento portátil que tivesse um som semelhante a um órgão de igreja. Encomendou a peça a um mestre artesão que tinha o sobrenome Band. Daí surgiu o bandoneon.

O instrumento foi levado à Argentina por marujos alemães e criou raízes na zona portuária e na região do meretrício de Buenos Aires. O tango, que também surgiu ali, curiosamente, começou sendo dançado apenas por homens. Formavam um par e dançavam. As mulheres, vieram numa etapa posterior. Péricles observa, no entanto, com argúcia marxista, que o gênero só ganhou os estamentos mais respeitáveis da sociedade portenha depois que Paris deu sua chancela ao tango.

Além de mestre pós-graduado em tango, Péricles de Mello revelou ser um poeta inspirado. Declamou uma encorpada poesia, ainda inacabada, em homenagem à mãe, onde viaja no tempo, relembra parentes e amigos que se foram, em busca do tempo passado de um modo quase proustiano.

As lembranças, como em um tango, estão ali. “Tango é um pensamento triste que se baila”, diz Péricles, citando uma definição da música portenha. Na poesia, lembranças como o de um irmão da mãe que foi vitimado pela tuberculose, porque a penicilina chegou tarde ou era insuficiente. No momento da morte a mãe pediu que ligassem uma rádio gaúcha e tocava o tango Madreselva de Gardel (Vieja pared del arrabal/ Tu sombra fue mi compañera/ De mi niñez sin esplendor/ La amiga fue tu madreselva. / Cuando temblando mi amor primero/ Con esperanzas besaba mi alma).

Aparício Konze tocou, além de Madreselva, uma milonga e La Cumparsita, também de Gardel (Si supieras que aún dentro de mi alma/ Conservo aquel cariño que tuve para ti/ Quien sabe si supieras/ Que nunca te he olvidado/ Volviendo a tu passado/ Te acordarás de mí).

O “Política & Viola” é parte da nova grade de programação da TV Assembleia (antiga TV Sinal) e segue a diretriz estabelecida pelo presidente da Casa, deputado Ademar Traiano (PSDB), de mostrar o lado humano dos políticos e aproximar a Assembleia da sociedade. O programa vai ao ar todos os sábados, às 21h30, pelo Canal 16, para quem assina a NET, e tem reprises no domingo e nas quintas-feiras, ao meio-dia, e também pode ser visto na internet. 

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