O deputado estadual Waldyr Pugliesi, líder do PMDB na Assembléia Legislativa, ocupou a tribuna nesta quarta-feira (28) para destacar a ação do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que cria a fidelidade partidária na legislação eleitoral brasileira. “Ainda ontem fiz algumas considerações em relação à saída dos vereadores do PMDB de Curitiba. Falava que deveríamos ter uma reforma política em profundidade e a tese que sempre defendi, foi à tese que o TSE acabou decidindo, que o mandato pertence ao partido e não ao candidato eleito”, declarou.O TSE decidiu na terça, 27, por seis votos a um, que a partir de agora o mandato pertencerá ao partido e não mais ao eleito. O entendimento vale apenas para parlamentares (deputados estaduais e federais e senadores). “Acho que esta é uma questão fundamental, como é que você vai moralizar a vida partidária neste país com estes oportunistas de todos os dias? Logicamente que muita gente pode, e até deve sair de seus partidos quando se sentem pressionados dentro da sigla”, completou.Pugliesi lembrou que é um dos fundadores do MDB, na década de 1960 e o primeiro presidente estadual do PMDB, no final dos anos de 1970. “Estou no desempenho do nono mandato que sempre me foram confiados pelos eleitores. Mas em que partidos? MDB e PMDB”, disse.Estelionato eleitoral – O deputado Dobrandino da Silva pediu aparte para se somar ao pronunciamento de Pugliesi. “Nós só teremos o país que nós queremos quando tivermos partido forte com ideologia partidária. Falou muito bem vossa excelência, o mandato tem que ser do partido. Tem deputado que no decorrer de um mandato passou por seis partidos. Isso é uma imoralidade, uma vergonha, por isto a desmoralização da classe política”. De acordo com Dobrandino, todos os partidos são bons. “O que fazem os partidos maus são os políticos, os componentes”, concluiu.Pugliesi também concedeu aparte do deputado Reni Pereira. “Quero cumprimentar vossa excelência pelo pronunciamento. Era de se esperar de uma pessoa que tem uma história, uma trajetória como o senhor apresenta nesta Casa e até mesmo quando ficou fora desta Casa. Quero dizer que realmente esta mudança de partido soa como estelionato eleitoral. Vamos as ruas, pedimos voto para um partido e depois muitas pessoas mudam de partido julgando seu interesse próprio”.“Espero que esta medida do TSE realmente tenha efeitos práticos, que não seja mais uma daquelas resoluções que ficam na gazeta. Entendo também que os partidos têm que ser coerentes com os estatutos e com os regimentos que vossa excelência falou. Tem muito partido que tem uma postura pior do que os componentes que mudam de partido. Tem muito partido que, quando está na oposição é uma coisa e quando está na situação é outra”, encerrou.Foto: Nani Góis