A região Sul do Paraná, composta por dez municípios, recebe R$ 70 mil para atender a área de saúde. Com este dinheiro não dá para suprir 10% das necessidades do setor. O comentário foi feito ontem (07/11), pelo deputado Valdir Rossoni (PSDB), ao abordar a crise na área de saúde do Estado, ampliada pelas 1.024 mortes na fila de espera de UTIs num período de 12 meses.O líder da oposição citou estes dados para contrapor a um relatório apresentado pela bancada governista sobre os investimentos de saúde no Estado. “Se este mesmo critério de distribuição de verba estiver acontecendo no restante do Estado, por melhor que seja este relatório, precisa ser revisto no orçamento do Estado”, observou Rossoni. Para o deputado, a situação só vai melhorar, quando o Estado gastar em saúde o percentual de 12% de receita própria, conforme estabelece a Constituição.Rossoni criticou os ataques feitos na tribuna da Assembléia pelo deputado Jocelito Canto (PTB), contra o jornal “Gazeta do Povo”, que publicou uma série de matérias citando a morte de pacientes na fila de espera de UTIs no Estado. “A sua luta não tira o direito dos meios de comunicação de fazer um levantamento da situação da saúde no nosso Estado”, defendeu o parlamentar tucano, complementando que a crítica do jornal, na verdade, foi estendida a todos os governantes. “Agora, para quem serviu o chapéu?, indagou Rossoni. O deputado questionou também o fato de o governo vender a idéia em suas propagandas de que a saúde foi regionalizada e as pessoas do interior não têm mais que se deslocar para a capital. “É só ficar nas rodovias que dão acesso a Curitiba e contar a grande quantidade de ambulâncias e ônibus que trazem pacientes para Curitiba”, exemplificou.Para o deputado, o interior está abandonado na área de saúde. “Os municípios estão sobrecarregados, a população encontra muito mais facilmente os prefeitos e os vereadores e assim eles têm de dar assistência à saúde em todos os campos, inclusive a parte que o governo do Estado não faz”, finalizou.