Todas as 50 mil redações inscritas no 1º Concurso de Redação da Alep já foram corrigidas Conclusão das correções ocorreu no sábado (17), num mutirão com mais de dez horas de duração e mobilização de 100 avaliadores voluntários.

19/09/2016 14h11 | por Nádia Fontana
Correção das provas do 1º Concurso de Redação da Alep foi concluída neste sábado (17).

Correção das provas do 1º Concurso de Redação da Alep foi concluída neste sábado (17).Créditos: Dálie Felberg/Alep

Correção das provas do 1º Concurso de Redação da Alep foi concluída neste sábado (17).


Após um grande mutirão que consumiu mais de dez horas de correções ininterruptas, foram concluídas no sábado (17) as avaliações das 50 mil redações do 1º Concurso de Redação da Alep. Neste mutirão, que teve início no dia 2 de setembro e envolveu cerca de 100 voluntários, foi confirmado que a redação continua sendo o grande entrave para o ingresso de estudantes no ensino universitário, a partir do Enem – Exame Nacional do Ensino Médio de 2016.

“A redação é a ‘grande encrenca’ dos estudantes. Faltam argumentos, conhecimento do mundo, para estruturar uma boa dissertação”, voltou a afirmar o professor Marlus Geronasso, coordenador do projeto Eureka. O concurso, que envolve estudantes dos 132 colégios da rede pública estadual de ensino de Curitiba, faz parte do projeto “Assembleia no Enem” e é promovido pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (SEED), o Centro Universitário Internacional (Uninter) e o grupo Eureka.

Erros – A falta de informações para sustentar a argumentação, assim como a fuga do tema proposto e erros ortográficos foram pontos negativos identificados por todos os avaliadores da Uninter, responsáveis pelas correções dos textos. “Essa experiência está sendo importante porque tenho a oportunidade de ampliar meus conhecimentos. Confirma ainda a importância de incentivar os alunos a escreverem mais”, disse Adriana Fernandes. Ela se disse surpresa com o volume de erros ortográficos encontrados nos textos dos jovens que pretendem cursar uma universidade: “Eles precisam melhorar, ler mais, estudar mais”.

“Falta a estrutura básica do texto dissertativo – introdução, desenvolvimento e conclusão”, acrescentou Patrícia da Costa. “Aparentemente estamos diante de uma deficiência dos jovens. Mas os professores não podem ficar isentos. Eles também são responsáveis pelos problemas apresentados pelos estudantes”, disse Laudicéia Balardin. Essa opinião era compartilhada por Adriana e Patrícia, que também frisaram a importância de, como profissionais da área de Letras, participarem do mutirão. “Aqui temos a oportunidade de ver na prática o que, muitas vezes, só conhecemos na teoria. Os alunos têm dificuldades para expor as ideias com clareza”, observou Roseli dos Santos. Todas elas apontaram uma questão como fundamental para mudar essa realidade: “A educação precisa de mais atenção”, frisaram.

Novas mídias – Quem igualmente elogiou o concurso foi Darci Francisco Ribeiro: “É uma ótima experiência pessoal e profissional. A partir desse mutirão estou desenvolvendo algumas ideias que pretendo implementar no colégio onde vou trabalhar”, revelou. “Através dos erros que estão sendo encontrados nos textos acredito que até a minha redação vai melhorar. Muitos dos textos que corrigi fugiram do tema”, revelou. Para a professora Louise Fernanda Franco de Godoy, as novas mídias acabam dispersando a atenção dos jovens e, consequentemente, eles demonstram hoje uma grande dificuldade na hora de escrever. “Muitos deles, que fugiram do tema, falam sobre a corrupção, sobre como melhorar o país. Dá pra perceber que não conhecem o Poder Legislativo”, contou. “Estamos assumindo nossa responsabilidade como professores”, voltou a dizer a professora Dinamara Machado, diretora da Escola Superior de Educação da Uninter, entusiasmada com o mutirão que movimentou a instituição neste sábado (17).

Oportunidade – Segundo o presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSDB), quem ganha são os alunos da rede pública de ensino, que estão recebendo um apoio bem especial na preparação para o Enem.  “É uma alegria poder contar com o apoio da iniciativa privada, que assim como a Assembleia, entende a importância de oferecer mais oportunidades aos alunos da rede pública”, reafirmou Traiano, ao agradecer o empenho dos voluntários na correção das redações.

Conforme o professor Marlus, na prova de redação do Enem os estudantes sempre demonstram dificuldades: “A argumentação é o maior problema. As poucas notas máximas alcançadas nas redações dos dois últimos anos no Enem preocupam. ” Ele cita como exemplo o ano de 2014, quando mais de seis milhões de estudantes se inscreveram para a prova e somente 250 obtiveram a nota máxima. Já em 2015, “foram apenas 104 estudantes, num universo de 5,8 milhões”, recordou.

Divulgação – O resultado do 1º Concurso de Redação da Alep será divulgado em outubro. O tema proposto para a redação foi: “Como o cidadão pode participar de maneira efetiva das discussões e da elaboração de projetos de lei na Assembleia Legislativa do Paraná? ”. Os autores das redações selecionadas participarão de uma sessão plenária na Assembleia Legislativa e ainda terão os textos expostos no Espaço Cultural da Casa. Todas as redações, devidamente corrigidas, serão devolvidas às escolas para que os alunos possam avaliar o desempenho e possam se dedicar a superar as dificuldades.

Videoaulas – Este é o segundo ano consecutivo em que a Assembleia, o Eureka e a SEED trabalham em conjunto na preparação para o Enem e concursos vestibulares. Em 2015, foram transmitidas 364 aulas para alunos de todo o Paraná pela TV Assembleia e pelo site oficial da instituição. Todo o material está disponível no site “Assembleia no Enem” (http://www.alep.pr.gov.br/enem2016/).

Em Curitiba são 100 mil inscritos para as provas do Enem. No Paraná o número atinge a marca de 454 mil inscritos e no Brasil são 8,6 milhões, tornando o Enem 2016 o maior da história. As provas do Enem ocorrem nos dias 5 e 6 de novembro. A nota do exame é usada como critério de seleção por várias instituições de Ensino Superior públicas e privadas, ao substituir ou complementar o vestibular. Ao participar do exame, o candidato pode se inscrever no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e concorrer às vagas oferecidas por instituições públicas. Pode também se candidatar às bolsas de estudo integrais e parciais do Programa Universidade para Todos (ProUni) e ao financiamento de cursos superiores do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).

 

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