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Arte & Cultura mergulha na história do Festival Folclórico e de Etnias do Paraná

Evento chega à 63ª edição neste ano, valorizando a tradição dos povos que formaram o Paraná.

Créditos: Arte: Anne Botero

O que nasceu como um evento filantrópico de estudantes de direito é hoje uma das principais expressões da riqueza multiétnica do Estado: o Festival Folclórico e de Etnias do Paraná é tema do Arte & Cultura desta quinta-feira (22). O programa da TV Assembleia recebeu Blanca Hernandes Barco, organizadora e participante.

A 63ª edição do evento estreia no dia 30 de junho, em Curitiba. Estão previstas apresentações de 15 grupos, formados por mais de 1500 folcloristas, que se apresentarão para um público estimado em 2 mil pessoas por noite - totalizando cerca de 20 a 22 mil pessoas em todo o festival. O Festival contempla expressões de 12 etnias, advindas da Europa, Ásia e América Latina.

Desde 1980, o Festival Folclórico e de Etnias do Paraná integra o calendário oficial de eventos do Estado. A sua origem data de 1958, quando estudantes de direito queriam organizar uma festa para arrecadar dinheiro, com teor filantrópico. Foi quando uma integrante do Consulado do Reino dos Países Baixos sugeriu a reunião de grupos folclóricos.

“Era uma época que Curitiba recebia muitos imigrantes”, conta Hernandes Barco, filha de imigrantes espanhóis. “O entretenimento dessas pessoas era reunir-se em seus clubes. Tínhamos espanhóis que iam na Sociedade Espanhola; poloneses que iam na Sociedade União Juventus; ucranianos que frequentavam a Sociedade Agrícola”, ilustrou.

A organizadora reflete que, apesar do hábito de clubes ter se perdido, há uma busca feita por descendentes contemporâneos pelo resgate de suas raízes, e que resulta numa grande procura pelos grupos. “Tivemos uma geração [passada] que não se preocupou com isso. Mas aqueles netos hoje são pais e começam a se interessar, pois querem mostrar aos seus descendentes como eram seus avôs. E daí vemos esse resgate".

Na entrevista com a jornalista Paola Manfroi, Hernandes Barco destaca o papel da Associação Interétnica do Paraná (Ainterpar) no fortalecimento do Festival. Fundada em 1974, ela ajudou no reconhecimento jurídico das escolas, na organização de locais de ensaios e a levar as apresentações para além das escolas.

Atualmente os grupos folclóricos do Paraná empregam um trabalho de atualização e de pesquisa constante. Esse esforço é realizado por meio viagens aos países de origem das tradições com o intuito de mantê-las afinadas. "O folclore não é algo morto, ele também se transforma e evolui", ressalta Hernandes Barco. É um cenário diferente daquele de 1958, quando a população recém-chegada na Capital convivia com condições econômicas bem mais delicadas, se apresentando com trajes mais simples e recorrendo à memória ao compor as danças.

Uma das grandes novidades da edição deste ano é a presença do Grupo Folclórico Raízes de Bolívia. O palco do Teatro Guaíra também receberá coletivos que representam tradições italianas, espanholas, germânicas, nipônicas e ucranianas. As apresentações ocorrem do dia 30 de junho até o dia 10 de julho. A programação pode ser conferida neste site.

Onde assistir

O programa é exibido às quintas-feiras, às 13h, na TV Assembleia, no Canal 10.2. A entrevista com Blanca Hernandes Barco também pode ser conferida no canal do Youtube TV Assembleia do Paraná, a partir do mesmo horário. Ela está disponível neste link.

Gravado no Salão Nobre da Assembleia Legislativa, o Arte & Cultura traz artistas, músicos, cineastas e comunicadores paranaenses e brasileiros para debater a produção cultural e histórica do Paraná e do Brasil.

A cada semana, atração recebe grupos folclóricos, coreógrafos, maestros, diretores de museus, artistas plásticos, diretores e produtores de teatro, escritores e poetas para um papo descontraído sobre o mundo das artes.

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