29/06/2009 17h11 | por Adriana Ribeiro (041)3350-4188
As escolas estaduais de todo o Paraná deverão oferecer a seus estudantes merenda orgânica. Além de ter alimentos produzidos sem agrotóxicos, os lanches também deverão conter alimentos funcionais que, segundo a Organização Mundial da Saúdem, ajudam a prevenir doenças. É o que determina o projeto de lei 462/08 que teve sua redação final aprovada nesta segunda-feira (29) pelos deputados, na Assembleia Legislativa. O projeto segue agora para sanção ou veto do governador Roberto Requião (PMDB). De acordo com o projeto, a merenda escolar orgânica deve ser 100% livre de agrotóxicos em toda a cadeia produtiva. Sua implantação deve ser feita de forma gradativa, de acordo com as condições e cronogramas elaborados pela Secretaria de Estado da Educação (SEED). O projeto que é de autoria dos deputados Luiz Eduardo Cheida (PMDB) e Luciana Rafagnin e Elton Welter, ambos do PT, deve beneficiar mais de 500 mil estudantes dos ensinos fundamental e médio de 2.110 escolas existentes no Estado. Cheida acredita que a proposta pode ajudar a melhorar a saúde dos estudantes paranaenses, mas também preservar a saúde dos agricultores e o meio ambiente.“O Paraná é o Estado vice-campeão no uso de agrotóxicos, só perde para São Paulo. Todos os anos são usados 4 milhões de quilos de veneno em nossas lavouras. Isso significa que, por minuto, são usados 66 quilos de veneno que depois vão poluir os rios de todo o Estado”, explica Cheida. Para o deputado Marcelo Rangel, autor da emenda que propôs a inclusão dos alimentos funcionais na merenda, a aprovação do projeto ajudará a preservar a saúde das crianças paranaenses. “Os alimentos orgânicos fazem bem à saúde e os alimentos funcionais ajudam a evitar doenças como o câncer e o Mal de Alzheimer”, disse. Os alimentos orgânicos são produzidos sem agrotóxicos e os alimentos funcionais são aqueles que além das funções nutricionais básicas produzem efeitos metabólicos e fisiológicos que trazem benefícios à saúde. São eles: abacate, cebola, cenoura, inhame, batata doce, frutas cítricas, chá verde, couve, repolho, nabo, trigo, arroz integral, tomate vermelho, amora, goiaba, uva vermelha, sucos, brócolis, leite fermentado, alho, aveia soja e derivados. Para Cheida, o único argumento que poderia ser contrário à merenda orgânica seria a comparação do preço do alimento orgânico em relação ao convencional. “Entretanto, com a elevação do consumo deste tipo de produto, e o consequente aumento da demanda, seus preços irão baixar e certamente deverão se aproximar dos produtos convencionais”, diz. Segundo o Departamento de Economia Rural, da Secretaria da Agricultura (SEAB), existem no Paraná 5.300 produtores de orgânicos no Estado. A safra de 2006/2007 foi de 107 mil e 230 toneladas, 103 mil e 230 toneladas a mais do que a registrada em 1996/1997, quando foram produzidas 4 mil toneladas de alimentos orgânicos. Para o deputado, mesmo que haja uma variação de preços, é importante pensar que a merenda orgânica pode ajudar a promover a saúde dos estudantes e também reduzir gastos com inúmeras doenças decorrentes do uso de agrotóxicos.