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Assessoria de Imprensa da Alep

25/05/2009 17h14 | por Adriana Ribeiro / 41 3350-4188
O presidente da Assembleia Legislativa, Nelson Justus (DEM), abriu a sessão plenária desta segunda-feira (25) com uma homenagem a Fani Lerner, que morreu na última quinta-feira (21). Amigo pessoal de Fani, o deputado fez um testemunho público lembrando da luta pela vida travada pela ex-primeira dama de Curitiba e do Estado e também do seu trabalho em prol das crianças e adolescentes carentes de todo o Paraná. “A garra com que ela lutou pela própria vida foi, em tudo e por todos, a mesma com que ela lutou pela vida de milhares e milhares de curitibanos e paranaenses, filhos e pais, em um sem fim de ações públicas ao longo de mais de 30 anos”, disse Justus. De acordo com o deputado, é difícil mensurar o alcance da obra de Fani Lerner. “Tantas foram as vidas poupadas e transformadas pela rede de programas sociais que ela sonhou, planejou, implantou e fez vicejar em Curitiba e em cada um dos municípios do Paraná onde a sua marca está presente até hoje.”Casada com o ex-prefeito de Curitiba e ex-governador Jaime Lerner, Fani criou e implantou ao longo de sua vida pública 16 programas que beneficiaram milhares de crianças e adolescentes carentes de todo o Estado. Entre eles está o Da Rua Para a Escola que retirou da mendicância 80 mil crianças que deixaram as ruas e praças das cidades e voltaram para as salas de aula. Fani também foi responsável pela implantação de 500 creches que até hoje atenderam aproximadamente 485 mil crianças de 0 a 6 anos de idade. Além do cuidado com as crianças, esses espaços beneficiaram principalmente mães que precisavam trabalhar e ajudar no orçamento familiar. O sucesso e importância dos programas implantados por Fani, renderam à psicóloga, em 2003, o Prêmio Kellogg’s para o Desenvolvimento da Criança, concedido pela organização norte-americana World of Children (Mundo da Criança), em parceria com a instituição Hannah Neil. Essa foi a primeira vez que uma pessoa da América Latina teve o seu trabalho reconhecido pelo júri da premiação, a mais importante do mundo na área de ação social voltada à criança. Os deputados Élio Rusch (DEM) e Luciana Rafagnin (PT) também aproveitaram a sessão para homenagear Fani Lerner. “É impossível não falar da obra de Fani Lerner. Ela foi o São Francisco das crianças paranaenses”, disse Rusch. Tributo a Fani Lerner Eu peço a atenção das senhoras e dos senhores parlamentares e demais presentes para um registro que considero importante – no que, estou certo, me faço acompanhar pelo conjunto da sociedade paranaense. Perdemos, na última quinta-feira, 21 de maio, Fani Lerner, naquela que se revelou a etapa final de uma luta pela vida que se estendeu por mais de 14 anos. Todos aqui ouviram falar de Fani Lerner. Muitos a conheceram. Alguns tiveram a oportunidade de conviver com ela. Na condição de amigo pessoal, quero oferecer aqui um testemunho público. A garra com que ela lutou pela própria vida foi, em tudo e por todos, a mesma com que ela lutou pela vida de milhares e milhares de curitibanos e paranaenses, filhos e pais, em um sem fim de ações públicas ao longo de mais de 30 anos. É difícil mensurar o alcance da sua obra, tantas foram as vidas poupadas e transformadas, senhoras e senhores, pela rede de programas sociais que ela sonhou, planejou, implantou e fez vicejar em Curitiba e em cada um dos municípios do Paraná onde a sua marca está presente até hoje. Fani viu antes, muito antes, o que outras instâncias da administração pública no Brasil veriam mais tarde, em programas como o Comunidade Solidária, criado por Ruth Cardoso no período de governo de seu marido, o presidente Fernando Henrique; ou o Bolsa Família, herdeiro do Comunidade Solidária, implantado pelo presidente Lula e equipe. A então primeira-dama Ruth Cardoso, aliás, em visita ao nosso Estado para conhecer os programas sociais que Fani implantara e deles extrair experiências para o nascente Comunidade Solidária, disse algo que nos auxilia a compreender um pouco melhor o alcance da obra de Fani: “O Paraná economiza tempo ao Brasil e aponta o caminho”.Alguns números podem nos ajudar a vislumbrar o que Ruth Cardoso viu. Nas gestões de Jaime Lerner como prefeito de Curitiba e governador do Paraná, Fani criou e implantou um universo de 16 programas completos para crianças e adolescentes carentes. Anotem, senhoras e senhores, porque esta mulher foi capaz de colocar em pé e funcionando cerca de 500 creches, pelas quais passaram, até hoje, aproximadamente 485 mil crianças de 0 a 6 anos de idade, recebendo carinho, atenção, cuidados, educação e liberando, dessa forma, suas mães para o trabalho. E eu chamo a atenção para um programa em especial, cujo nome singelo traduz o princípio que orientava a ação de Fani, o de cuidar das crianças assistindo também quem por elas é responsável. O Da Rua Para a Escola retirou da mendicância, da atividade perniciosa, do vício, da exploração e das futuras estatísticas policiais 80 mil crianças, que deixaram as ruas e praças das nossas cidades e voltaram para as salas de aula. O funcionamento era simples e eficaz. Suas famílias recebiam uma cesta básica de alimentos, assumiam o compromisso de devolver a infância aos seus filhos e o Paraná resgatava parcela importante da sua dívida social. Fani sabia o que estava fazendo. Ela conheceu a dificuldade em primeira mão e não apenas de ouvir falar. Filha de imigrantes judeu-poloneses que acorreram ao Brasil para escapar ao nazismo, Fani nasceu em uma Curitiba que contava pouco mais de cem mil habitantes. E, com apenas quatro anos de idade, tornou-se órfã de pai. Sem que ela soubesse, nos anos de dificuldade, a vida preparava a futura psicóloga a ser formada pela Universidade Tuiuti para uma missão maior, a de estender a mão e ajudar a quem, como ela, foi colocado, desde pequeno, diante do desafio de uma vida em que o desamparo era um teste de caráter. Fani era vida! E do seu amor pela vida fez matéria-prima para tudo que realizava. Em um tempo em que ninguém jamais tinha ouvido falar em ONGs, Fani fez do Provopar – o programa do voluntariado – uma trincheira de luta pelos pequenos e arrebanhou um exército de 400 mulheres que, abastecidas de amor pelo próximo, dedicavam parte do seu tempo, principalmente em creches, a crianças carentes. Para todos eles, ela foi uma segunda mãe.Mais experiente, nunca deixou de acreditar na capacidade de doação pessoal que todos nós possuímos. E assim reproduziu e ampliou sua obra como secretária da Criança de Curitiba e, mais tarde, como secretária da Criança e Assuntos da Família do Paraná. O reconhecimento veio em vida. Em 2003, venceu o Prêmio Kellogg’s para o Desenvolvimento da Criança, concedido pela organização norte-americana World of Children (Mundo da Criança), em parceria com a instituição Hannah Neil. Aquela foi a primeira vez que uma pessoa da América Latina teve o seu trabalho reconhecido pelo júri da premiação, a mais importante do mundo na área de ação social voltada à criança. Se a obra de Fani Lerner nos fala do seu trabalho operoso, incansável, criativo e generoso, o seu trabalho em si é quem nos diz da pessoa que ela era. De discreta elegância, sorriso sempre acolhedor, simplicidade única e caráter humilde, Fani sabia que somos aquilo que fazemos. E ela fez como ninguém. Casada com Jaime desde 1964, mãe de Andrea e Ilana, avó de Ben, Liana, Tobias e Sophie, Fani encontrava tempo para ser a melhor companheira, a mãe amorosa, a avó protetora, a amiga de todas as horas. E, mesmo surpreendida por uma doença terrível, ela jamais, por um instante sequer, permitiu que a sua dor pessoal e da sua família interferisse na sua vida pública. Nestes tempos em que a sociedade do espetáculo não permite às pessoas sentir a dor da perda no recesso familiar, Fani foi, durante anos, exemplo de dignidade pessoal. Certamente a maior dentre todas as primeiras-damas que o Paraná teve, Fani merece o nosso reconhecimento permanente pelo ser humano extraordinário que soube ser. Obrigado, Fani Lerner. Eu agradeço em nome de milhares. Minha dor pelo seu desaparecimento se une, em silêncio, à da sua família e amigos. Que Deus a tenha e que a luz do seu olhar, que a tantos iluminou, siga irradiando o brilho do amor pelo próximo que foi o alimento da sua existência.

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