A Assembleia Legislativa promoveu nesta quarta-feira (13) uma audiência pública para debater o tema do Ensino Médio Profissionalizante no Paraná e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). A iniciativa, que reuniu estudantes e autoridades relacionadas à educação, debateu o número cada vez menor de vagas disponíveis nos cursos técnicos oferecidos no Paraná e propôs soluções para evitar até mesmo a possível extinção desses cursos. Atualmente, a Universidade Tecnológica oferece 19 cursos em diversas áreas do mercado, como técnicos de nível médio e cursos técnicos de nível médio a distância, distribuídos no Paraná e em São Paulo.

O presidente do Grêmio Estudantil do Ensino Médio da UTFPR, Guilherme Pavesi,explicou que cada vez mais os cursos superiores estão substituindo os cursos técnicos: “Hoje sobraram dois cursos técnicos na UTFPR na Capital do Estado. Agora estamos lutando para que esses cursos não sejam fechados, a exemplo do que tem acontecido também no interior. Nós temos e queremos continuar tendo um ensino técnico de excelência”.A superintendente da Secretaria de Estado da Educação, Fabiana Campos, exemplificou que atualmente 70 mil alunos são atendidos no Estado por cursos profissionalizantes realizados em parceria com instituições como o Senac e o Senai. Porém, ela explica que nenhum desses cursos têm as especificidades dos profissionalizantes ofertados na esfera federal: “É preciso haver diálogo sobre esse ensino que é reconhecido como o melhor técnico de nível médio do Brasil. São cursos diferenciados, de uma qualidade incrível, que são realmente importantes para os jovens”. Reação compreensível – De acordo com o deputado Péricles de Mello (PT), a reação da comunidade diante do fechamento de cursos e da redução de vagas é completamente compreensível:  “Como o Governo Federal está priorizando os Institutos de Educação às escolas técnicas, muitas cidades estão perdendo seus cursos técnicos para receber institutos que têm menos estrutura tecnológica.  Além disso, temos a questão de que o governo cortou muito do FIES e do Pronatec, e isso gerou problemas para universidades que dependiam dessa renda. Nós queremos buscar uma solução”. Ele reforçou ainda que com as informações e questionamentos levantados durante a audiência será instaurada uma comissão para levar essa situação até o MEC, e também para debater com a comunidade. “Vamos unir grêmios, entidades e comunidade para discutir e agir. Por que até agora essas decisões foram tomadas por poucos, e nós não entendemos porque a diretoria da UTFPR não quer discutir”, concluiu.

Participaram do evento, ainda, o presidente da Comissão de Educação da Alep, deputado Hussein Bakri (PSD); o presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, deputado Tercílio Turini (PPS); o presidente da Comissão de Direitos Humanos e da Cidadania, deputado Tadeu Veneri (PT); o presidente do Grêmio Estudantil da UTFPR, Guilherme José Pavesi; o pró-reitor de Ensino do Instituto Federal do Paraná (IFPR), professor Ezequiel Westphal; o superintendente do Ministério do Trabalho e Previdência Social, Marcio Pessati; o diretor do Senai, Marcos Secco; o diretor do Senac – PR, Vitor Monastier; o representante da Associação Comercial do Paraná, Cleverson Marinho Teixeira; a relatora da lei da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Clair da Flora Martins; e o advogado Henrique  Magalhaes.