A sessão da Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicação da Assembleia Legislativa do Paraná na manhã desta quarta-feira (15) foi dedicada a uma exposição do diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), Luiz Henrique Dividino, sobre os planos de expansão das atividades do órgão, bem como as dificuldades enfrentadas para tanto. Dividino mostrou um cenário totalmente diferente daquele de cinco ou seis anos atrás, quando o porto foi motivo até de uma CPI constituída no Legislativo estadual.

Do último lugar no ranking nacional passou, segundo ele, ao terceiro, consolidando-se como porto graneleiro, vocacionado para atender ao agronegócio num estado que é líder em produção agrícola. Gera 44.257 empregos na região e vem batendo sucessivos recordes nos últimos 18 meses. A ampliação dos pátios de triagem e para caminhões – passam pela cidade no período da safra 4.300 deles por dia – solucionou o problema das filas que tomavam as vias de acesso. E usuários que haviam se afastado justamente por causa das antigas deficiências estão voltando, como é o caso de montadoras e do Paraguai, que está em conversações para retomar o uso do terminal graneleiro.

Desafios – Mesmo com o maior portfólio de empreendimentos entre os portos brasileiros, o de Paranaguá vê-se às voltas com desafios burocráticos que travam muitas dessas ações que poderiam conferir maior velocidade e eficiência ao seu desempenho. Eles veem principalmente de Conselhos Municipais e outros, sob o pretexto de preservação ambiental ou cultural. Ferrenho defensor do incremento da rede ferroviária, até como forma de melhorar as condições de tráfego nas rodovias que atravessam o estado e pressionar por preços mais justos para o pedágio, citou o caso da Curva São João, um trecho de cerca de 100 metros que está no centro de intensa polêmica com o Conselho de Cultura, em função do tombamento da Serra do Mar.

Dentre as ações desenvolvidas no Porto com a finalidade de recuperá-lo e equipá-lo para o futuro, Dividino citou a reforma dos 1.800 metros do cais antigo, os trabalhos de drenagem no canal que vão permitir a atracação de navios com mil contêineres a mais do que hoje, a substituição de máquinas – o maior equipamento porta-contêiner existente no Brasil hoje está em Paranaguá – e a gestão ambiental, com 32 programas. Até o ano passado o Governo do Estado havia investido R$ 600 milhões em obras de melhoria.

O Terminal de Contêineres, por exemplo, é a maior obra em âmbito portuário nos próximos dois anos. Além disso, há armazéns sendo construídos ou ampliados para atender a necessidade de segregação de cargas, projetos para três embarcadouros, um deles líquido, e para um terminal de passageiros. O Porto de Antonina, que esteve à beira da desativação, ganhou um novo berço. Todas essas ações, segundo Dividino, visam dar maior agilidade ao Porto paranaense, aumentar a movimentação de cargas e direcioná-lo para ser o melhor porto brasileiro para o agronegócio.

 A reunião foi presidida pelo deputado Tião Medeiros (PTB), para quem é importante promover esse tipo de debate com as principais empresas de infraestrutura da administração estadual: “Conhecer o trabalho da APPA é importante para projetar o futuro, para que os deputados possam também trazer sugestões ou se juntar ao esforço para chegar às melhores soluções”, pondera. Participaram também os deputados Maria Victoria (PP); Felipe Francischini (SD), vice-presidente da comissão; Rasca Rodrigues (PV); Pastor Edson Praczyk (PRB); Paulo Litro (PSDB) e Luís Corti (PSC); além do diretor comercial da APPA e ex-deputado Lourenço Fregonese.